O Brasil, os erros e a aposentadoria

 

Não há nada mais chato e irritante do que o posicionamento único das pessoas. Aquele em que se fixa em algo e não se muda por nada, aconteça o que acontecer. Parece um poste colocado na rua para todo o sempre. Ou um edifício que, ao ser construído, não mudará de lugar em toda a eternidade.

O brasileiro, bem como todos os seres do resto do mundo, vive hoje muito mais do que se vivia há 50 anos, 100 anos, ou o tempo que se queira abordar. No entanto, em certos casos, parece que viver mais só serve para mais bobagem, mais erros, mais tumultos. Compensa?

Mas, embora problemas aconteçam sobre tudo em todos os lugares, e o planeta está cheio disso, parece que o Brasil é o lugar sempre escolhido para as piores coisas. Um país em que tudo piora e nada melhora. Assim, pode-se dizer, com toda tranquilidade, que nada melhorou neste país nos últimos 50 anos, sem ser a tecnologia e o que ela atinge.

Se verificarmos a educação brasileira, ninguém pode dizer que ela melhorou. Ao contrário, há provas suficientes da piora, de tal maneira, que fica difícil saber como se guiará o país no futuro não muito distante. A matemática que temos hoje com nossos jovens nem permitirá fazermos orçamento caseiro. O idioma então, sem comentários, já não se fala muito bem e piorando. Voltaremos às cavernas? Não é uma ideia estapafúrdia de se conjecturar.

A saúde está de tal maneira relegada ao mero acaso, que não se sabe até onde o desleixo, a falta de bom senso nos levará. Além de abandonada, nem sequer formamos médicos adequadamente. A cada ano mais da metade dos formados é reprovada no exame da categoria. Pena que, a exemplo dos advogados, este teste nada valha e todos podem curar ou matar à vontade.

Se alguém resolver verificar como se tratava as pessoas no passado, verificará que hoje não se tem respeito por absolutamente ninguém. Pode-se matar no trânsito por uma simples fechada sem querer. Ou por uma vaga vista “em primeiro lugar”. Muitas vezes “em segundo”. O próprio trânsito está absolutamente insuportável, e não é pela quantidade de veículos. É a educação mesmo. O respeito aos “veínhos” parece ter desaparecido quase que por completo.

Analisemos nossos políticos, governantes e casas legislativas e se verá o que temos. E mesmo o judiciário. Talvez nunca tenhamos estado em tão deplorável situação. A lanterna de Diógenes de Sinope (412-323 a.C.) seria gasta sem qualquer resultado. Conta a lenda que Diógenes andava pelas ruas de Atenas carregando uma lanterna. Dizia estar à procura de um homem honesto.

Os exemplos são abundantes. Nada que não dependa da tecnologia melhorou neste país. Cada um pode escolher seus próprios exemplos

Só aquilo que é dependente da tecnologia avançou e muito. Mas, nem sempre serve ao homem comum. E sim aos poderosos, os que a utilizam para proveito próprio. Nosso sistema bancário, como se costuma dizer, é o melhor do mundo. Mas, de nada serve. Ninguém se beneficia dele sem serem os banqueiros. Só ver como funciona e as taxas escorchantes cobradas. Por exemplo, quase 500% no cartão de crédito para inflação de um dígito, hoje na casa dos 4%.

A nossa maquiavélica Receita Federal do Brasil tem sistemas e processos avançados, mas, sabemos que não para servir ao homem brasileiro, mas para puni-lo. Está certo que muitos merecem, mas não todos.

Sabemos de quem é a culpa de tudo isso. Nossa, de cada brasileiro que vive nesta terra do faz de conta. Talvez Peter Pan e Sininho tenham nascido e vivido aqui. Nada se faz pelo coletivo, mas, sempre, por si mesmo.

Agora, estamos em meio a uma discussão que provavelmente não chegará a nada. Ou, quiçá, a destruição do futuro dos “véinhos”. Um país no qual se vive muito, mas muito mais do que no início ou meados do século 20, só quer manter direitos obsoletos, daquele século. Ninguém consegue pensar algum tempo à frente e ver a insustentabilidade disso. Pior é que até aqueles que têm condições de ver agem assim. Claro que é sabido que por egoísmo próprio, por poder e 15 minutos de fama, conforme dizia Andy Warhol nos anos 1960. O suficiente para leva-lo a uma cadeira que lhe dará tranquilidade pelo resto da vida e aposentadoria de causar inveja. Os conduzidos continuarão na miséria de sempre, e servindo aqueles.

Brasil, já passou da hora de acordar. Se instrua, aprenda, vide como é a vida real e a tome em suas próprias mãos, não pela dos outros. Esqueça a fantasia. Olhe à frente. A aposentadoria atual não permitirá que você a continue tendo após 2020, mais tardar 2022. Como colocamos em artigo nos idos de 2012 “Brasil: buraco 2020”. A situação atual é de absoluta falta de condições de crescimento econômico pelos próximos 20-30 anos, no mínimo. Não é palpite, nem conjectura. É afirmação.

Sem publicação na mídia, mas apenas aqui e no LinkedIn e Twitter

Author: Samir Keedi

-Mestre (Stricto Sensu) e pós-graduado (Lato Sensu) em Administração pela UNIP-Universidade Paulista. -Bacharel em Economia pela PUC-Pontifícia Universidade Católica. -Profissional de comércio exterior desde março de 1972. -Especialista em transportes; logística; seguros; Incoterms®; carta de crédito e suas regras; documentos no comércio exterior; contratos internacionais de compra e venda. -Generalista em várias atividades em comércio exterior. -Consultor em diversos assuntos relativos ao comércio exterior. -Professor universitário de graduação e pós graduação desde 1996. -Professor e instrutor técnico desde 1996. -Palestrante em assuntos de comércio exterior e economia. -Colunista em jornais e revistas especializadas. -Autor de vários livros em comércio exterior. -Tradutor oficial para o Brasil do Incoterms 2000. -Representante do Brasil na CCI-RJ e Paris na revisão do Incoterms® 2010.

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