Trump e o desastre para a economia

 

Acreditamos que nunca será devidamente explicado o que os EUA fizeram na sua última eleição. Como elegeram o atual presidente, com todas as suas plataformas destruidoras.

Todos sabem quão grande foi a evolução do comércio exterior desde 1950 a 2014. Em toda a história da humanidade chegamos a 1950 com a corrente de comércio global em apenas US$ 116,8 bilhões. Em 2014 atingimos US$ 37,4 trilhões. Teve uma queda em 2015 para US$ 33,3 trilhões. Mas, ao que tudo indica, o montante de 2014 seria logo recuperado.

Mas, agora, com a eleição do atual presidente norte-americano, sombras repousam sobre a economia e comércio exterior mundial. Sua plataforma contrária ao TPP – Tratado Transpacífico e sua aversão ao México e ao North America Free Trade Association – NAFTA (Associação de Livre Comércio da América do Norte) é muito séria.

Pode ser o fim do livre comércio como o conhecemos, e o desenvolvimento da economia mundial como nas últimas décadas. Muita coisa ainda falta, porém, o nível atingido é muito bom. Os dados o atestam.

Mas, o que poderá acontecer com a desastrada plataforma do novo presidente, avesso ao desenvolvimento e adepto dos antigos feudos, com muros de todos os tipos? Muros reais, muro ao comércio exterior, muro ao desenvolvimento da economia mundial, muro ao livre trânsito de pessoas pelo mundo, etc.

Ao sair do TPP, acordo envolvendo 12 países e 40% da economia mundial, ele evita que as mercadorias baixem de preço, já que entram sem ou com impostos reduzidos. O que aumentaria sobremaneira o comércio exterior mundial. E promoveria o crescimento das economias envolvidas no acordo, bem como as demais, através do comércio exterior.

Todos os países envolvidos usufruiriam de ganhos extraordinários, aumentando seu comércio com os países do bloco. Bem como com outros países de fora do bloco, com a redução do preço da sua produção, através da economia de escala adicional. Inclusive para os EUA, que teriam mercadorias com preços menores. Criando mais condições também para seu desenvolvimento interno com matérias-primas com menores preços, e seus produtos mais baratos.

A possível saída do NAFTA também terá impacto enorme. Só a exportação do México para os EUA é de US$ 290 bilhões, 80% da sua exportação total de US$ 370 bilhões. O que é 15% acima da corrente de comércio brasileira de 2016, de míseros US$ 323 bilhões. Será praticamente a destruição da economia do México, se alguma atitude radical for realmente tomada pelos EUA.

E, no caso do NAFTA, pior ainda para os EUA se o presidente colocar em prática sua ameaça de taxar em 20% os produtos mexicanos. Agravando a inflação norte-americana com brutal aumento dos preços de suas importações do México.

Com os problemas dos EUA no comércio exterior, já que ele é um player de peso absoluto, todos os países sofrerão um forte impacto nas suas vendas e compras internacionais. O que afetará profundamente suas economias.

Assim, o que há a fazer a partir de agora é torcer para que haja uma reversão disso tudo, que a opinião pública norte-americana perceba a bobagem que fez ao votar num programa tão retrógrado e destruidor. E perceba, antes tarde do que nunca, os estragos à economia do seu país e ao comércio mundial.

Jornal DCI

Author: Samir Keedi

-Mestre (Stricto Sensu) e pós-graduado (Lato Sensu) em Administração pela UNIP-Universidade Paulista. -Bacharel em Economia pela PUC-Pontifícia Universidade Católica. -Profissional de comércio exterior desde março de 1972. -Especialista em transportes; logística; seguros; Incoterms®; carta de crédito e suas regras; documentos no comércio exterior; contratos internacionais de compra e venda. -Generalista em várias atividades em comércio exterior. -Consultor em diversos assuntos relativos ao comércio exterior. -Professor universitário de graduação e pós graduação desde 1996. -Professor e instrutor técnico desde 1996. -Palestrante em assuntos de comércio exterior e economia. -Colunista em jornais e revistas especializadas. -Autor de vários livros em comércio exterior. -Tradutor oficial para o Brasil do Incoterms 2000. -Representante do Brasil na CCI-RJ e Paris na revisão do Incoterms® 2010.

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