Brasil-Grécia (versão curta)
O Brasil é a Grécia amanhã? Ou a Grécia é o Brasil, amanhã? Provavelmente uma resposta fácil para governantes, empresários, economistas, etc. Aqueles que não souberam mensurar os efeitos da crise de 2008 e a permanente crise brasileira dos últimos 35 anos. A resposta para esses deverá ser “não”, o Brasil nunca será a Grécia.
A resposta mais difícil será para aqueles poucos que conseguem enxergar o óbvio. Em especial os que nos acompanham. Não é tão óbvio dizer que o Brasil não será a Grécia amanhã, pelo contrário, é resposta fácil dizer que será. Aliás, o mais provável é que a Grécia, a continuar assim, será o Brasil amanhã.
Isso quer dizer que a situação da Grécia é melhor que a brasileira? Possível que sim. Mas, muita água ainda rolará debaixo dessa enorme ponte que liga Brasil e Grécia. Um rio enorme ainda nos afogará se nada mudar radicalmente, o que é quase impossível de ocorrer.
A situação grega é periclitante, mas ocorreu nos últimos anos. Desde sua entrada na União Européia, em 1984, ela passou de pobre para um país praticamente desenvolvido. Com US$ 25,000.00 de renda per capita. O que significa que cresceu muito desde então. Seu comércio exterior é de quase US$ 100 bilhões, com população de apenas 11 milhões de almas.
Seus problemas se agravaram em face do alto desemprego, de 27% da força de trabalho. E dívida externa, de 180% do PIB – produto interno bruto. Boa parte da culpa é da UE, que criou regra e não exigiu cumprimento, de que nenhum país do grupo poderia passar dos 60% do PIB – produto interno bruto na dívida externa. “Abrasileiraram” (sic), normatizando e não cumprindo. Só que a Grécia tem um grupo unido, que se ajuda. Foi assim que todos os países da UE lograram crescer e tornar a vida de todos melhores. Pena o cochilo das regras não cumpridas.
O Brasil tem uma situação que poucos viram até agora. O último crescimento de fato ocorreu em 1980. Crescemos 4,9% na média ao ano entre 1901 e 1980. Foi de 7,4% entre 1950 e 1980. Cresceu 8,1% entre 1959 e 1980. E fantásticos 11,0% entre 1967 e 1974. Em que éramos chineses antes dos chineses.
Jornal DCI