O Brasil acabou (2)
No recente artigo “O Brasil acabou”, apontamos os principais problemas do país. Abordamos, entre as dezenas ou centenas de problemas, o que consideramos os três principais: as empresas estatais, a corrupção e a impagável dívida interna da União. Entendemos ser estes os problemas centrais. Que se forem resolvidos, poderão levar o país a uma mudança e desenvolvimento inéditos.
Como se não bastasse o que temos, na maior parte provocada pelo atual partido no poder, em seus quatro famigerados mandatos, há agora uma crise política de proporções ainda não contabilizada.
Também causada pela mesma série de governos. Já ficou claro, seja pelos anos fora do poder, e especialmente no poder, que eles nunca quiseram governar o Brasil. O que sempre desejaram era o poder e tudo que poderia lhes trazer.
Assim, sem o desejo, e sem a capacidade de governar, destruíram o país como já escrevemos em diversas ocasiões. O futuro chegou exatamente como dissemos que seria. Com o país sem saída. Obviamente, sem saída em termos. Em nosso primeiro artigo “O Brasil acabou” apontamos as soluções. Mas, ao mesmo tempo, sabemos que jamais serão aplicadas, o que coloca o país em um beco sem saída.
A eleição presidencial de 2014 foi a mais suja de nossa história. O pleito de 1989 assemelha-se a briguinha de crianças de ensino fundamental. Também, a mais mentirosa eleição de todos os tempos. Nada do que foi dito pode ser considerado de alguma valia. Diante disso, a campanha do impeachment tem total justificativa, pelo maior estelionato eleitoral da nossa história.
Dois anos antes da eleição de 2010, quando a candidata ainda era um traço nas pesquisas, afirmamos o que hoje todos reconhecem: que ela venceria o pleito e faria um péssimo governo, o que de fato ocorreu.
Desde que ela ganhou a eleição de 2014, dissemos que ela não terminaria o mandato em hipótese alguma. Tudo indica que é isso que irá acontecer. Embora estejamos considerando, desde alguns meses, que talvez nem haja tempo para o impeachment. É nossa opinião –apenas opinião–, que ela renunciará pela pressão e total ingovernabilidade em que colocou o país.
O Brasil deve tomar uma atitude urgente, para que possamos, desde agora, ter alguma chance de mudança, sem ter que esperar pelo caos total, absoluto e irreversível de 2020 ou 2030, que poderá nos atirar nos braços de países como o Haiti e outros.
Praticamente tudo está destruído, assim como destruíram a economia. A pátria educadora não dá educação adequada a seus filhos. Os alunos do ensino fundamental não sabem quase absolutamente nada de matemática ou português. Embora não únicas, entendemos que se trata das disciplinas básicas para o desenvolvimento de qualquer país. A cada ano constatamos que o conhecimento básico das pessoas desce rio abaixo.
Já não pode nem mais ser considerado apenas sofrível. Vai muito além, e não por falta de recursos, que já mostramos ser maior do que muitos países com ensino de muito melhor qualidade. Percebe-se que não há interesse na melhoria educacional, pois assim é mais fácil manter-se no poder. É a fórmula tradicional e funcional da manutenção de uma massa de manobra.
A saúde está completamente destroçada. Não há hospitais suficientes. Não há leitos em número capaz de abrigar nossos compatriotas. O que se vê nos hospitais, nos seus corredores. É o que de pior um país pode ter. Os mesmos problemas povoam diuturnamente nos meios de comunicação. E nada é feito a favor. Somente contra, pois a cada dia a situação piora.
Estamos em um estágio da segurança. Em que quase cinco anos de sangrenta e cruel guerra civil na Síria, com destruição diária, houve menos sírios mortos do que brasileiros assassinados e vitimados no insustentável trânsito. É mais seguro viver em muitos dos países em conflito no Oriente Médio do que por aqui.
Como compreender que isso ocorra com aquele que é, fisicamente, como mencionamos sempre, o melhor país do mundo? Com tudo de bom que precisa e nada de ruim que outros têm, além de um grande território.
Será que é a “opção pela pobreza” que citamos em nosso artigo de 2009? Mas, por que isso ocorre? Será que é melhor às quase 15 milhões de famílias, quase 60 milhões de pessoas, no programa anti-Brasil, receber a bolsa-esmola, do que trabalhar? Na série de artigos intitulada “Se eu fosse presidente”, propusemos a extinção da bolsa esmola já.
Em seguida, as pessoas seriam colocadas para trabalhar em nossa infra-estrutura. Haveria, assim, uma melhoria dos nossos portos, aeroportos, estradas, ferrovias, hidrovias, etc. Com condições de transporte e logística mais adequados, deixando o país de ter a pior matriz de transportes da Via Láctea.
E cada brasileiro teria uma remuneração digna (no mínimo um salário mínimo), direitos trabalhistas, etc. Ou seja, uma vida mais digna, de trabalho e de desenvolvimento para o Brasil. Para deixamos de ser um grande acampamento e termos a possibilidade de nos tornarmos, algum dia, um país, uma nação. Abandonando de vez a opção pela pobreza.
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