Multimodalidade e Intermodalidade (versão curta)

 

O Brasil tem convivido há muitos anos com os conceitos de multimodalidade e logística. Que vieram se juntar aos conhecidos e milenares termos transporte, intermodalidade e transbordo. Em primeiro lugar, convém estabelecer a diferença entre intermodalidade e multimodalidade.

A intermodalidade é a operação normal praticada ao longo do tempo. É a operação que utiliza mais de um modo de transporte – caminhão/navio, por exemplo – para levar a mercadoria de um ponto a outro, em que tudo é independente. Isso significa que cada modo de transporte é responsável pelo seu trecho, emitindo seu próprio documento de transporte, em que o embarcador recebe um conhecimento de embarque em seu nome.

A multimodalidade tem em comum com a intermodalidade apenas o fato de utilizar mais de um modo de transporte para levar a mercadoria de um ponto a outro. Na multimodalidade, que é operada por um OTM – Operador de Transporte Multimodal, este se responsabiliza por todo o processo, de ponto a ponto, com responsabilidade e documento únicos, em que o dono da carga é seu embarcador. O OTM não precisa ter veículos de nenhum modo de transporte e pode subcontratá-los, aparecendo ele como o embarcador dos demais transportadores.

Transbordo é ter apenas um conhecimento de transporte da origem ao destino, mas a carga percorrer este trajeto em mais de um veículo do mesmo modo. Por exemplo, no marítimo, a carga sair de um porto a outro, mas, no meio do caminho, trocar de navio para ir ao seu destino.

O transporte é o ato de se levar a mercadoria de um ponto a outro, em determinado modo, por exemplo, utilizando-se do veículo rodoviário, ou um navio no transporte marítimo. O transporte é parte de uma operação intermodal ou multimodal, e apenas isso, não se constituindo de qualquer operação especial ou mesmo uma operação logística.

Uma operação logística, no entanto, é um processo global de deslocamento de uma determinada carga, de um ponto inicial ao seu ponto final, para entrega ao destinatário, da melhor forma que isso possa ocorrer. Com o melhor transit time, os melhores modos de transporte, no mais curto tempo possível, com o melhor preço, enfim, melhor tudo.

Jornal DCI

Author: Samir Keedi

-Mestre (Stricto Sensu) e pós-graduado (Lato Sensu) em Administração pela UNIP-Universidade Paulista. -Bacharel em Economia pela PUC-Pontifícia Universidade Católica. -Profissional de comércio exterior desde março de 1972. -Especialista em transportes; logística; seguros; Incoterms®; carta de crédito e suas regras; documentos no comércio exterior; contratos internacionais de compra e venda. -Generalista em várias atividades em comércio exterior. -Consultor em diversos assuntos relativos ao comércio exterior. -Professor universitário de graduação e pós graduação desde 1996. -Professor e instrutor técnico desde 1996. -Palestrante em assuntos de comércio exterior e economia. -Colunista em jornais e revistas especializadas. -Autor de vários livros em comércio exterior. -Tradutor oficial para o Brasil do Incoterms 2000. -Representante do Brasil na CCI-RJ e Paris na revisão do Incoterms® 2010.

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