Inflação de custo, não demanda
Nossos “economistas” (sic) continuam patinando e não sabendo mais o que é economia. Em especial aqueles que vão para o governo. Ou nada sabem ou fazem questão de esquecer. E são décadas. Seria bom saber quais interesses os movem. Sabemos, mas vamos deixar a cada um essa reflexão.
Há décadas, também, falamos e escrevemos que o país não tem inflação de demanda. Aliás, nem temos demanda. Considerando o tamanho continental do país, da população brasileira, seus recursos gerais, sua potencialidade, nossa demanda é ínfima, irrisória.
Tecnicamente, não poderíamos estar tão atrás dos EUA. No entanto, nosso Produto Interno Bruto (PIB) é hoje cerca de 10% do deles. E nossa renda per capita, a real, aquela da produção, não a inventada, que nada diz, a tal PPP – Purchasing Power Parity (paridade do poder de compra) é sete vezes menor.
Nossa inflação é, claramente, de custo. Os eternos estratosféricos juros da economia brasileira é que fazem da inflação, um problema eterno.
Com taxas de juros sempre muito acima da inflação, não há como ter baixa inflação. Ela já esteve em 400% dela em meados dos anos 2000. Nenhum empresário pode produzir no Brasil com essas taxas de juros. Elas têm que ir para o preço, alimentando a inflação.
Inflação se combate com produção e com políticas econômicas. Só que a única política econômica que o país conhece é o combate à inflação com alta de juro, formando o círculo vicioso da inflação de custo. É nossa péssima formação de economistas.
Temos que jogar a inflação para perto de zero, como nos EUA, Japão e Inglaterra. Alguns têm, inclusive, juro negativo. E qual a inflação deles? Dos EUA perto de zero. Japão e Europa negativa. Estão procurando provocar alguma inflação. Pois a deflação é pior.
Aqui os juros são alto e a inflação fora de controle. Portanto, o que provoca inflação? Baixos ou altos juros? Quem estará errado? Um ponto ainda a descobrir?
Jornal DCI