Se eu fosse presidente…3-final

 

Prezados amigos,

Dando sequência ao nosso artigo enviado em 23/09 “Se eu fosse presidente…”, e o enviado em 25/09 “Se eu fosse presidente…2”, para relembrar, segue agora nosso terceiro e último artigo da série “Se eu fosse presidente…3-final” publicado no dia 20/03/2014 também no jornal “Diário do Comércio”, da Associação Comercial de São Paulo – ACSP, em nossa coluna quinzenal à época:

 

Estamos novamente aqui, “querendo ser presidente” (sic).

Continuando, nós precisamos, urgentemente, acabar com a corrupção que grassa neste país. Principalmente nos poderes executivo e legislativo. Não que sejam os únicos. O país está totalmente impregnado pela prática. O mesmo ocorre com a sociedade. E quando a sociedade corrompe e é corrompida, nada se pode exigir dos poderes da República. Afinal, no governo estão personagens pinçados do povo e lá colocados por este povo. Ricos, pobres, remediados. Não importa, é povo que está lá. Ninguém veio pelo “Espírito Santo”.

Precisamos implementar o voto distrital no país. Cada político precisa, e deve saber, que é controlado pela sua região. Não pelo estado ou país. Quando, por exemplo, um deputado estadual se elege pela região de Campinas, ele tem que se reeleger pela mesma região. Assim, terá que prestar contas a seu eleitorado. E, se não trabalhar de acordo, será “exterminado”. Não como ocorre hoje em que, se nada fizer, corre para se reeleger, digamos, numa região a oeste do estado. Lá ninguém o conhece e ele pode fazer suas mirabolantes novas promessas e se reeleger. Como nosso povo gosta de promessas, vai caindo na lábia deles. E, se mudar de partido, tem que ter perda automática de mandato.

Também proibir a queda de pára-quedistas em algum posto político. Há que fazer carreira. Começar pelo poder legislativo, depois prefeito, ai governador, e só então presidente. E, estando em postos executivos saberá, já por experiência, como funciona o legislativo. Para a harmonia dos poderes.

Falando em carreira e poderes, eles têm que ser independentes. E, o judiciário não pode ser independente se juízes do STF são nomeados pela presidência da república e sabatinados e aprovados pelo legislativo. Que independência é esta, ninguém sabe. Os juízes do STF têm que ser eleitos pela totalidade dos juízes do país, de todas as instâncias. E os juízes das instâncias inferiores, pelos advogados militantes no país. Ou seja, o próprio meio os elege. Numa democracia, o executivo e o legislativo não nomeiam e sabatinam qualquer um deles. Nem o judiciário faz isso. Assim, independência total é primordial.

A polícia tem que ser polícia. E ter o apoio da sociedade. Bandidos não podem ter mais direitos que a gente honesta deste país, policial ou civil. Precisamos recolocar os valores em seus devidos lugares. Todos sabem muito bem que estamos com excesso de defensores de bandidos. E nunca se vê defensores fervorosos da polícia ou das pessoas comuns não bandidos. Quando algum assassinato ou rebelião de presos ocorre, cansamos de ver entidades e parlamentares defendendo bandidos. Acreditamos que ninguém se lembra de algum deles indo verificar o que a viúva e seus filhos precisam. Precisamos de tolerância zero nesse campo. A polícia precisa agir. Mas, claro, tem que estar devidamente adaptada para tal missão. Precisa de recursos, treinamento, bom-senso, pessoal suficiente, etc. Mas, tem que agir e não ser acuada pela população enquanto os bandidos agem.

O país precisa voltar a dar atenção à educação. Ela é a base de tudo que precisamos ter para uma vida melhor. Nenhum país no mundo chegou a algum lugar sem educação. Quando nosso ensino era mais sério tínhamos escolas públicas boas. Nós mesmos estudamos nelas quando crianças e jovens. Assim como fez nossa geração. Estudar era primordial, e todos sabiam que isso era necessário e não haveria lugar no futuro sem estudo. Salvo, claro, exceções, que existem, e é normal. Mas. Exceções e não regra. Hoje, nem mesmo as escolas particulares podem ser reputadas como boas ou excelentes. Tanto as de ensino básico quanto superior. Atualmente, a educação é mais negócio que educação propriamente dita.

A Coréia, que nos anos 70, era pior que o Brasil, percebeu que a única solução era a educação. E investiu montanhas de recursos nela. Como, segundo nos consta, nenhum ou poucos países haviam investido até então. O resultado é conhecido. A Coréia deu um salto extraordinário e hoje é uma das principais economias do mundo. E muito à frente do Brasil. Pena que não se enxergue isso como se deve.

É comum se comparar os países por PIB – produto interno bruto absoluto. Em que o Brasil é a 7ª economia do mundo. Isso nada vale. Para termos um PIB de 2,2 trilhões de dólares precisamos de 200 milhões de brasileiros produzindo. A Coréia, para ter 1,1 trilhão de dólares, tem 40 milhões produzindo. Assim, o Brasil tem renda per capita de 11 mil dólares. A Coréia de 28 mil dólares. É fácil saber quem está à frente e é mais rico. O Brasil, no quesito que realmente conta, a renda per capita, está lá pela posição 75.

Muita coisa ainda poderia ser dita e sugerida. Mas, acreditamos que uma série com mais de três artigos fica cansativa. Além do que, com o já mencionado, se pode imaginar muitas outras coisas a serem feitas. Uma coisa puxa a outra. E, também, esperamos que demais colegas e a sociedade apontem suas agruras e desejos para a melhoria do país.

Jornal Diário do Comércio, da ACSP em 20/03/2014

Author: Samir Keedi

-Mestre (Stricto Sensu) e pós-graduado (Lato Sensu) em Administração pela UNIP-Universidade Paulista. -Bacharel em Economia pela PUC-Pontifícia Universidade Católica. -Profissional de comércio exterior desde março de 1972. -Especialista em transportes; logística; seguros; Incoterms®; carta de crédito e suas regras; documentos no comércio exterior; contratos internacionais de compra e venda. -Generalista em várias atividades em comércio exterior. -Consultor em diversos assuntos relativos ao comércio exterior. -Professor universitário de graduação e pós graduação desde 1996. -Professor e instrutor técnico desde 1996. -Palestrante em assuntos de comércio exterior e economia. -Colunista em jornais e revistas especializadas. -Autor de vários livros em comércio exterior. -Tradutor oficial para o Brasil do Incoterms 2000. -Representante do Brasil na CCI-RJ e Paris na revisão do Incoterms® 2010.

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