Isolamento nas redes sociais
Tem quem não goste de aglomerações nas redes sociais. Não goste de grupos. Prefere o contato direto, as reuniões, encontros em barzinhos.
É um direito, mas, há que pensar nos amigos e parentes. Como ter contato sem isso. As reuniões são complicadas. Tanto pelas circunstâncias como pelas dificuldades.
Soa, provavelmente, a um desrespeito aos amigos e parentes.
Nada vai se saber deles, das novas, das reuniões, dos encontros. E nada se saberá sobre nós.
O telefone é fácil, mas complica. Nem sempre se tem tempo, ou vontade. Nem sempre se atende, as pessoas são ocupadas.
As ocupações passaram a exigir 48 horas e o dia não evoluiu, é o mesmo da nossa juventude, com 24 horas.
Além do que, o contato é individual, muito complicado hoje. Há que se ligar muito.
Na nossa juventude isso era plausível e possível. Morávamos perto, estávamos sempre juntos. Tínhamos ocupações para menos de 24 horas.
Nos reuníamos nos mesmos lugares, mesmos horários, não precisávamos marcar.
Trabalhávamos, mas tínhamos tempo ao final da tarde, aos sábados, domingos e feriados.
Frequentávamos as casas de cada um sem constrangimento ou prévio aviso.
Sempre havia uma guloseima. Tínhamos mães sensacionais.
Íamos aos ensaios do nosso conjunto de estimação. Nos misturávamos, não havia vedetes.
Íamos juntos aos bailes, sempre em grupo, acompanhamento total.
Tínhamos nossos bailinhos, regados a refrigerantes e Cuba Libre (arghh).
Levávamos nossos discos e éramos nossos disk jockeys.
Diversão sempre.
Nossos velhos jogos de bilhar, ou snooker, no barzinho da esquina.
Bons tempos, outros tempos, sem tanta safadeza. Muita lealdade.
Tempos que hoje não existem mais e, certamente, jamais voltarão a existir.
Mudar o mundo pode, mas, para pior não.