Governo Federal e gastos – licença para matar
O Brasil continua um país sui generis. Com tudo para ser o melhor do mundo, continua como um dos piores. Situado lá pela posição 60-70 na renda per capita, ou seja, em desenvolvimento econômico. Que é a que vale, pois representa a realidade econômica de um país, levando em conta sua população. E não necessariamente o PIB – Produto Interno Bruto, que pode ser considerado um valor relativamente falso de desenvolvimento. Pois é apenas o valor absoluto. E o que vale é o valor relativo.
Para entendimento do que queremos dizer, basta vermos a economia da China. Considerada a segunda economia mundial, com US$ 19 trilhões, enquanto os EUA têm um PIB de US$ 25 trilhões. O que leva muitos, em especial economistas, que já não sabemos onde e como são formados, a dizerem que em poucos anos a China alcançará e passará a economia dos EUA. Pura falácia de quem não consegue analisar a economia como se deve. Ou seja, pela relatividade e não pelo absoluto. O absoluto não existe de fato.
OS EUA têm uma renda per capita acima de US$ 70 mil, enquanto a China tem uma renda per capita de pouco mais de US$ 13 mil. Provavelmente a China não alcançará os EUA nem em 30 anos, talvez mais. Hoje, para ter a mesma economia dos EUA, o PIB da China teria que ser de pouco mais de US$ 100 trilhões, já que sua população é de pouco mais de quatro vezes a dos EUA.
E, por favor, ninguém venha com essa questão utópica, que consideramos uma discussão sobre o sexo dos anjos, de falar em PPC – Paridade de Poder de Compra, uma falácia maior que o PIB absoluto.
Continuando sobre o Brasil, ninguém entende como um país com as melhores condições físicas do mundo, não é o melhor do mundo. E, de todos os tempos. Ainda que se considere mesmo o PIB.
Estamos entre os cinco maiores países do mundo em território. Um dos cinco maiores em população. Nas últimas décadas, com variações, entre os 15 maiores PIBs. Temos uma costa marítima de 7.500 quilômetros. O maior território agricultável do planeta. Uma floresta incomparável, e única no mundo, preservada na quase sua totalidade. “Ok, Macron?”. Temos 12% de toda a água doce do planeta sob nossos pés. Um subsolo fantástico, minério à vontade, básico para a humanidade. Produção e reserva petrolífera considerável. Sol praticamente o ano todo, clima espetacular.
Temos um povo criativo, mas que não é deixado exercer sua criatividade, infelizmente. Temos tantas limitações e cerceamentos burocráticos que, se Bill Gates e Steve Jobs tivessem nascido no Brasil, e tentado iniciar seus impérios numa garagem, não teriam sido nada e nem entrado para a história.
E, não temos as desgraças de outros países como vulcões, terremotos, furacões, etc.
Temos um novo governo, desmontando o país, voltando ao passado. Em 2022 tivemos, ineditamente, inflação menor que EUA, Europa e Japão. E crescimento superior a eles, e praticamente igualado à China em mais de quatro décadas.
Voltamos a ter mais de 50% mais ministérios do que no governo anterior. Quase chegamos novamente a poder falar de “Alladim”. Aumentando os gastos com dinheiro que o país não tem. E, para piorar, já iniciamos o governo obtendo cerca de R$ 150 bilhões fora do teto de gastos. Com dinheiro que o país não tem. E se vem agora com a falácia de controle dos gastos, com um arcabouço fiscal, em substituição ao teto de gastos. Eita!, como o idioma português nos permite sinônimos para enganar os incautos e tentar enganar os não incautos.
Esquecendo o descontrole provocado há poucos meses, com o gasto adicional ao teto, os 37 ministérios e tudo o mais que “não se sabe” e não apareceu ainda. E, com desprestígio à medicina brasileira, e desconsideração ao nosso nível de desemprego, com desejos de, novamente, por meio de falácias, financiar ditaduras e países que empobrecem pelo mero prazer do poder de seus governantes.
Tanta coisa por fazer de modo a termos um país minimamente aceitável, um povo que coma se vista e more adequadamente, e ficamos empregando apaniguados e derrotados em eleições. O povo que espere a sua vez. Opa, quando será?
Nos ministérios, substituímos técnicos por políticos e processados, de modo a evitar que o país cresça por meio de políticas econômicas adequadas, pois, não técnicos, não têm como fazer um país se desenvolver. A intenção é bem sabida. Subjugação e controle da população por “políticas sociais inadequadas”.
Temos uma dívida interna praticamente impagável, que pode, a qualquer momento, inviabilizar completamente o país, jogando-o numa vala impossível de sair e se recuperar. O que significa que, pelo andar da carruagem, o fundo do poço ainda não chegou, e está distante.
Note-se o que acontece quando os governantes são irresponsáveis, e olham, apenas para si, seu umbigo, seus amiguinhos, e não o povo que os elege. Muito mal, por sinal. O abaixo está mostrado por governo e governantes.
Em 1994 a dívida líquida da União era de R$ 88 bilhões, 25,2% do PIB. Em 2002 chegou a R$ 1,104 trilhão, ou 74,1% do PIB. Em 2010 atingiu R$ 2,388 trilhões, 61,5% do PIB. Em 2016 era de R$ 4,636 trilhões, 74% do PIB. Em 2018 R$ 5,671 trilhões, 81% do PIB. Em 2022 R$ 8,107 Trilhões, 81,8%,
Um país que tem governo desse tipo, com intenção voluntária de destruição, como temos visto em outros países, desde a União Soviética e Coréia do Norte na Ásia, até as diversas atuais republiquetas da América Latina, outrora países de grande desenvolvimento, inclusive com maior ou das maiores economias mundiais nos séculos XIX e XX.
É absolutamente incrível o que, mas intenções, literalmente, podem fazer com países promissores e abençoados com recursos extraordinários e quase infindáveis. Com aceite total da população.
Imagine-se o que os “Pais Fundadores dos EUA” teriam feito e deixado como legado, e o que seriam hoje, se tivessem as mesmas condições lá, que as do Brasil. Somos um país abençoado, em mãos erradas e inadequadas.
“O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética… O que me preocupa é o silêncio dos bons.” (Martin Luther King).
“Aprendemos a voar como os pássaros e a nadar como os peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos.” (Martin Luther King).
3 de abril de 2023
Prezado amigo Samir, como sempre artigo nota 10. Você conseguiu sintetizar todo as variáveis num só texto. Só falta no próximo vc analisar a ligação do Lula com os regimes totalitários da China e Rússia.
28 de abril de 2023
Estimado amigo Vantine, obrigado. Esse segundo artigo é muito complicado. Melhor não escrever. abraços