Brasil 2020, a realidade

 

Em 2012 e 2014, em dois artigos considerados pessimistas “Brasil: buraco 2020” e “Brasil 2020 – o retorno”, mostrávamos que lá não haveria mais país. Apenas um grande acampamento desorganizado. A partir de 2015, amigos começaram a achar que havíamos sido muito otimistas. Mudanças de humor, que só demonstram desconhecimento da realidade.

O Brasil chegou a uma situação deplorável. Em todos os campos, os mais visíveis a economia, ética, educação, corrupção. Uma reprodução de tudo que vimos apontando há mais de uma década. Pena nada ter sido feito para evitar a pobreza a que estamos chegando.

Perdemos o tempo certo de tomada de providências que recolocassem o país no rumo. A “Ilha da Fantasia” só se preocupou com a tomada do poder, os caixas do governo e estatais e o aparelhamento da máquina pública para manter o poder. Criamos um Frankenstein na América Latina, que não tem mais condições de voltar à normalidade. O que previmos, que em 2020 não haveria recursos para nada, está confirmado.

Já está sendo percebida a farsa da classe média de 54%. Ninguém é classe média com renda mensal de R$ 291,00 a R$ 1.019,00, segundo a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência. Também está caindo a farsa do pleno emprego. Já mostramos, há alguns anos, que nosso desemprego é de cerca de 30 a 40% da População Economicamente Ativa (PEA), o que ainda não foi percebido com clareza.

Não há como crescer com as maiores taxas de juros e carga tributária do mundo. O que também não foi percebido ainda. Nossa carga tributária real é de 50% a 60% do PIB. Nem com a menor taxa de investimento entre os países que contam, de 17%. O mínimo, para nós, teria que ser de 30%.

Em 2020 não haverá mais dinheiro para nada. Nem para pagar aposentadorias, nem para bolsa esmola, nem para pagamento do funcionalismo público. E ainda teremos que dar calote na dívida interna, hoje de R$ 4,1 trilhões, que será de R$ 6-7 trilhões em 2020, bem maior que Produto Interno Bruto (PIB).

Jornal DCI

Author: Samir Keedi

-Mestre (Stricto Sensu) e pós-graduado (Lato Sensu) em Administração pela UNIP-Universidade Paulista. -Bacharel em Economia pela PUC-Pontifícia Universidade Católica. -Profissional de comércio exterior desde março de 1972. -Especialista em transportes; logística; seguros; Incoterms®; carta de crédito e suas regras; documentos no comércio exterior; contratos internacionais de compra e venda. -Generalista em várias atividades em comércio exterior. -Consultor em diversos assuntos relativos ao comércio exterior. -Professor universitário de graduação e pós graduação desde 1996. -Professor e instrutor técnico desde 1996. -Palestrante em assuntos de comércio exterior e economia. -Colunista em jornais e revistas especializadas. -Autor de vários livros em comércio exterior. -Tradutor oficial para o Brasil do Incoterms 2000. -Representante do Brasil na CCI-RJ e Paris na revisão do Incoterms® 2010.

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