Brasil: Ferrari andando como um fusca

 

O Brasil é, certamente, uma Ferrari. Tem coisas que ninguém tem que são únicas no seu conjunto. E não tem muitas coisas ruins que outros países têm, que não precisamos ficar repetindo, de tanto que já o fizemos em dezenas de nossos artigos e, certamente até irritando.

Somos uma Ferrari ou quiçá uma Lamborghini, McLaren, Porsche e mais lá o que se queira dizer, menos um fusca capenga. Somos Top quando se fala em condições físicas e econômicas. Ninguém se compara.

Já vamos registrar aqui que não é nada contra o fusca. É apenas para estabelecer categorias de carros e de países. Já tivemos vários deles, continuamos gostando e lamentamos não ter hoje um. Se pudéssemos, gostaríamos de ter um dos anos 50, aquele com as duas janelinhas traseiras e a setinha manual. Que certamente é carro de colecionador e custa uma fortuna considerável.

Assim, o que temos nas mãos é um carro até de pistas, para ser eternamente campeão mundial. Mas, infelizmente, essa jóia tem sido dirigida por amadores, salvo raras exceções e, pior, sem nem a CNH – Carteira Nacional de Habilitação. Às vezes o piloto sequer sabe como manipular o câmbio, e nem consegue distinguir entre um manual e automático

Somos uma máquina vencedora, mas que está sempre pelo meio do grid. Muitas vezes, quem poderia dirigi-lo com a máxima categoria não se interessa, Ou, como já se cansou de ver, não lhe permitem. Muitos bons candidatos a essa vaga já foram descartados, por não se integrarem à equipe. A cultura é terrível, e a adaptação nem sempre é possível.

E assim vai caminhando a humanidade deste país ocidental, do hemisfério sul, querendo ser oriental, sem os olhos puxados, sem nem saber muito a respeito.

E é o que se percebe, ceteris paribus (tudo o mais constante), desde 1981, quando morremos, e esquecemos de nos enterrar. E, pelo andar do fusquinha 1200, seremos os mesmos nos próximos 532 anos. Assim como os atuais 532 anos desde 12/10/1492 (não a fakenews que diz 22/04/1500, que só pode ter sido criação brasileira, cujo dia nem sequer é feriado).

Algo precisa ser feito, providências sérias precisam ser tomadas. Alguém precisa tirar uma CNH que lhe dê permissão para dirigir carrões, aviões e foguetes e sentar no banco adequado.

Author: Samir Keedi

-Mestre (Stricto Sensu) e pós-graduado (Lato Sensu) em Administração pela UNIP-Universidade Paulista. -Bacharel em Economia pela PUC-Pontifícia Universidade Católica. -Profissional de comércio exterior desde março de 1972. -Especialista em transportes; logística; seguros; Incoterms®; carta de crédito e suas regras; documentos no comércio exterior; contratos internacionais de compra e venda. -Generalista em várias atividades em comércio exterior. -Consultor em diversos assuntos relativos ao comércio exterior. -Professor universitário de graduação e pós graduação desde 1996. -Professor e instrutor técnico desde 1996. -Palestrante em assuntos de comércio exterior e economia. -Colunista em jornais e revistas especializadas. -Autor de vários livros em comércio exterior. -Tradutor oficial para o Brasil do Incoterms 2000. -Representante do Brasil na CCI-RJ e Paris na revisão do Incoterms® 2010.

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