Devolver os anos 50, 60 e 70

 

Ninguém com menos de meio século de vida viu o Brasil crescer de fato

Em 2007 publicamos, neste prestigioso DCI, artigo pedindo os anos 1950, 60, 70 de volta. Em virtude de como se encontrava o País. E quem viveu aqueles anos sabia disso e estava desesperado com o que aconteceu durante os últimos 26 anos.

Hoje temos uma situação muito pior. São 36 anos de atraso, com crescimento médio anual de 2,3% – o pior de qualquer país sem guerra. No período, salvo alguns problemas com a crise de 2009 em alguns países, muitos cresceram. Nunca houve crise mundial. Países entram em crise, nunca o mundo. E, pesquisando os números, ver-se-á que o mundo cresce direto, mesmo que modestamente, mas cresce.

Somente nós é que estamos há 36 anos empatando. O crescimento continua natural para vários países, que não pararam. E a China hoje é apenas 11 pontos percentuais mais que nós, em recessão de 4%.

Quem é da época, ou se deu ao trabalho de conhecer o nosso passado, o que é saudável, sabe que a economia crescia. Havia emprego para todos e o consumo estava sempre aquecido. Ao contrário de hoje em que se caminha para trás, com muitos que conhecemos tendo condições piores de vida do que há algum tempo. A FIB – felicidade interna bruta era bem maior que hoje.

Nos anos 50, com exceção do ano de 1956 que apresentou expansão econômica de apenas 2,9%, a menor taxa foi de 4,7% em 53. A maioria dos anos mostrou crescimento acima de 7%, sendo que quatro deles com taxas acima de 8%, com pico de 10,8%.

Nos anos 60, embora tenhamos tido 0,6% em 1963 e 2,4% em 65, a década foi boa e tivemos quatro anos com taxas acima de 8%, com pico de 10,4%. Nos anos 70 tivemos crescimentos excepcionais, com taxas variando entre 4,9% e 14%, com 6 anos apresentando taxas acima de 8%, em que éramos chineses antes dos chineses. Ninguém que tem menos de 50 anos viu o País crescer de fato.

 

Jornal DCI

Author: Samir Keedi

-Mestre (Stricto Sensu) e pós-graduado (Lato Sensu) em Administração pela UNIP-Universidade Paulista. -Bacharel em Economia pela PUC-Pontifícia Universidade Católica. -Profissional de comércio exterior desde março de 1972. -Especialista em transportes; logística; seguros; Incoterms®; carta de crédito e suas regras; documentos no comércio exterior; contratos internacionais de compra e venda. -Generalista em várias atividades em comércio exterior. -Consultor em diversos assuntos relativos ao comércio exterior. -Professor universitário de graduação e pós graduação desde 1996. -Professor e instrutor técnico desde 1996. -Palestrante em assuntos de comércio exterior e economia. -Colunista em jornais e revistas especializadas. -Autor de vários livros em comércio exterior. -Tradutor oficial para o Brasil do Incoterms 2000. -Representante do Brasil na CCI-RJ e Paris na revisão do Incoterms® 2010.

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