Justa homenagem de Bauru e Aeronáutica a Ozires Silva

DCI – 22/03/2016 – 05h00

Bauru homenageia indústria aeronáutica com monumento

O avião Bandeirante que ocupa o pedestal é uma doação da Força Aérea Brasileira à cidade e inauguração contou com a presença de Ozires Silva

O avião Bandeirante doado pela Força Aérea foi içado em pedestal na semana passada

O avião Bandeirante doado pela Força Aérea foi içado em pedestal na semana passada
Foto: Fotos: Divulgação

 

Bauru – O avião Bandeirante foi içado em seu pedestal na noite de quinta-feira (17), e é uma doação da Força Aérea Brasileira à cidade. Já ganhou status de monumento público em homenagem à indústria aeronáutica e a um de seus maiores idealizadores, o bauruense Ozires Silva, responsável pela equipe que o desenvolveu na Embraer, em 1965.

A cerimônia de inauguração aconteceu no sábado (19), pela manhã, contou com a presença do prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) e do homenageado, engenheiro bauruense Ozires Silva, hoje com 85 anos. O avião foi transportado do Rio de Janeiro para Bauru e nove mecânicos vieram à cidade para a sua montagem. A prefeitura construiu o pedestal de sustentação – instalado na Praça Duarte Silva – na zona sul da cidade, para o Bandeirante de 12 lugares, que a partir de agora, é patrimônio público.

De acordo com nota divulgada pela prefeitura, o Monumento representa um marco, um reconhecimento público da população bauruense à importância, não só do que representa o avião para a indústria aeronáutica brasileira, mas também a Ozires Silva, nascido em Bauru, que atuou no seu desenvolvimento e na criação da Embraer, ao revolucionar a aviação no Brasil e em vários países.

Ozires Silva, 85 anos, é coronel reformado da Aeronáutica, engenheiro formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Destaca-se por sua contribuição no desenvolvimento da indústria aeronáutica brasileira. Capitaneou a equipe que projetou e construiu o avião Bandeirante. Liderou em 1969 o grupo que promoveu a criação da Embraer, uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo. Deu início à produção industrial de aviões no Brasil. Presidiu a empresa até 1986, quando aceitou o desafio de ser presidente da Petrobras, onde atuou até 1989. Em 1990, assumiu o Ministério da Infraestrutura e, em 1991, retornou à Embraer, desempenhando um papel importante na condução do processo de privatização da empresa, concluído em 1994.

Em 2003, fundou a Pele Nova Biotecnologia em Ribeirão Preto, primeiro fruto da Academia Brasileira de Estudos Avançados, empresa focada em saúde humana cuja missão é a pesquisa, desenvolvimento e produção de tecnologias inovadoras na área de regeneração e engenharia tecidual. Ozires Silva também faz parte de uma série de Conselhos e de Associações de Classe. Em 18 de novembro de 2008, a Unimonte apresenta à sociedade Ozires como seu novo reitor.

O avião Bandeirante

A criação do Bandeirante é anterior à Embraer. Em junho de 1965, o Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento – órgão do Centro Técnico Aeroespacial – iniciou o desenvolvimento de um antigo projeto de aeronave, chamada então de IPD-6504, que levou em conta vários fatores como a densidade do tráfego aéreo comercial brasileiro, o comprimento e tipo de piso das pistas dos aeródromos nacionais. O objetivo era criar um avião moderno e adaptado às condições brasileiras, numa época em que a infraestrutura aeroportuária do País era carente.

O resultado foi um turbo-hélice metálico, de asa baixa, equipado com duas turbinas Pratt & Whitney PT6-020, cada uma de 580 HP na decolagem e capacidade para oito pessoas. Em 25 de junho de 1965, o desenvolvimento do projeto pelo CTA foi autorizado pelo governo Castelo Branco. Paulo Victor, diretor do CTA, batizou a aeronave IPD-6504 com o nome “Bandeirante”, em agosto de 1969. Havia uma carga simbólica no nome, que remetia à ideia dos bandeirantes como pioneiros da integração nacional. O nome escolhido tinha significado para a identidade nacional, mas era difícil para estrangeiros. Recebeu mais tarde o nome EMB-100. O primeiro protótipo foi construído em três anos e quatro meses após a aprovação do projeto. Em 22 de outubro de 1968 foi realizado o primeiro voo de teste. Concluído o 1º protótipo, havia o desafio de produção e comercialização. Em 19 de agosto de 1969 criou-se a Embraer, destinada de início à fabricação do EMB 100. Mas os oito lugares iniciais eram insuficientes. Os projetistas reformularam o projeto, criando o EMB 110 Bandeirante, com 12 lugares na versão militar – e alguns avanços técnicos em relação aos primeiros protótipos.

Anna Maria Ferreira

Author: Samir Keedi

-Mestre (Stricto Sensu) e pós-graduado (Lato Sensu) em Administração pela UNIP-Universidade Paulista. -Bacharel em Economia pela PUC-Pontifícia Universidade Católica. -Profissional de comércio exterior desde março de 1972. -Especialista em transportes; logística; seguros; Incoterms®; carta de crédito e suas regras; documentos no comércio exterior; contratos internacionais de compra e venda. -Generalista em várias atividades em comércio exterior. -Consultor em diversos assuntos relativos ao comércio exterior. -Professor universitário de graduação e pós graduação desde 1996. -Professor e instrutor técnico desde 1996. -Palestrante em assuntos de comércio exterior e economia. -Colunista em jornais e revistas especializadas. -Autor de vários livros em comércio exterior. -Tradutor oficial para o Brasil do Incoterms 2000. -Representante do Brasil na CCI-RJ e Paris na revisão do Incoterms® 2010.

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