O Brasil e o jogo contra

 

Quem já viveu muito neste país, e não estiver impressionado com o que aqui acontece, não pode estar bem. É incrível ver o quanto parece não haver muita gente interessada em transformar o país. Em fazer do Brasil um país decente, bom de viver. Ser desenvolvido e poder se comparar a grandes países.

Aqui não costumamos ter política de país, de longo prazo, mas, tão somente, política do governo de plantão. E, cada um, com seus próprios interesses. Não importando o interesse da população. É sempre interesse pessoal, partidário, de grupos, de setores, etc. E o povo? Para eles, meros detalhes e eleitores.

Já vimos demais isso, e nem precisamos retornar muito no tempo. Basta se reportar aos últimos seis governos, nos 24 anos de 1995 a 2018. Nunca houve aqui interesses do povo. Alguém poderia lembrar o “Plano Real”. Ok, talvez uma exceção. Mas, isso elegeu um governo incompetente, que com isso comprou a própria reeleição, em pleno mandato, e sempre se disse que, com uma fortuna do dinheiro do erário público.

Um governo que ajudou a afundar um país que já vinha mal, tendo a década anterior como a pior de todos os tempos na economia, com crescimento médio anual de 1,66%. Depois de termos crescido de 1901 a 1980, o que poucos países cresceram. Ou talvez ninguém segundo alguns.

Governo que, apesar de todas as privatizações e entrada financeira, elevou a dívida interna de R$ 89 bilhões para R$ 1,1 trilhão em apenas oitos anos. O que aconteceu com o dinheiro das privatizações e a diferença de mais de R$ 1,0 trilhão? Esse foi o maior feito daquele famigerado governo.

Aí tivemos os desastrados e piores governos da história do país, continuidade do anterior. Com o maior nível de corrupção da história da humanidade, que jogou o país na lona, literalmente. De tal forma que, segundo nossa opinião, de forma irremediável. Desmandos pelos quais pagaremos, certamente, pelos próximos 15-20 anos. Em 2012, em nosso artigo “Brasil: buraco 2020”, previmos isso e que o governo declararia moratória da dívida em 2020.

Estamos empatados há 38 anos, e já podemos considerar também 2019, em que cresceremos menos de 2,0%. Numa média de crescimento pífia de 2,3% ao ano. Ou seja, já são quase duas gerações perdidas, o que nunca ocorreu. E só ocorre com países em guerra, mesmo assim, nem tanto.

Os governos anteriores jamais pensaram no país. Em nenhum instante sequer. E o povo, o que fez nesse período todo? Saiu às ruas insistentemente? Exigiu honestidade? Investimento? Olhar para o que o povo precisa? Nada, aceitou tudo, aceitou a destruição do país, e quase deu continuidade com ele.

Felizmente agora temos, pela primeira vez nas últimas décadas, um governo decente. Que quer mudar o país. Com nomeações adequadas, apenas com poucas fora do padrão. É a melhor intenção possível. Erros ocorrem com a falta de experiência.

E o que faz a imprensa desse país? O que fazem os artistas, que não merecem consideração? Jogam contra, mentem, não divulgam as verdades, só mentem.

E o povo, o que faz? Também nada. Reconhece o que está sendo tentado? Quer melhorias? Não. Não quer fazer nada, quer tudo caindo do céu sem fazer nada. Do céu só caem chuvas e aviões.

Brasil, já perdemos a esperança de que acorde, mas…

Jornal DCI de 26/04/2019

Author: Samir Keedi

-Mestre (Stricto Sensu) e pós-graduado (Lato Sensu) em Administração pela UNIP-Universidade Paulista. -Bacharel em Economia pela PUC-Pontifícia Universidade Católica. -Profissional de comércio exterior desde março de 1972. -Especialista em transportes; logística; seguros; Incoterms®; carta de crédito e suas regras; documentos no comércio exterior; contratos internacionais de compra e venda. -Generalista em várias atividades em comércio exterior. -Consultor em diversos assuntos relativos ao comércio exterior. -Professor universitário de graduação e pós graduação desde 1996. -Professor e instrutor técnico desde 1996. -Palestrante em assuntos de comércio exterior e economia. -Colunista em jornais e revistas especializadas. -Autor de vários livros em comércio exterior. -Tradutor oficial para o Brasil do Incoterms 2000. -Representante do Brasil na CCI-RJ e Paris na revisão do Incoterms® 2010.

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