Parar de brincadeira
No início de Junho/17, participamos de evento em Associação de grande prestígio em São Paulo. Um amigo brasileiro, com empresa há décadas nos EUA, e várias outras companhias, demonstraram as vantagens de lá investir, até morar. Não há a menor chance de comparação do Brasil com eles. Nem em 1.000 anos os alcançaremos. Isso nós sabemos há décadas, mas é sempre doloroso e humilhante ver e ouvir.
Na ocasião, um dos diretores da entidade, nosso amigo, produtor e exportador, dos que engrandecem o nome do país, fez um discurso arrebatador. Numa análise do nosso país, de cair o queixo. Sempre o vimos calmo, paciente, conciliador, até além da conta. Sempre acreditando no país, por mais que as coisas viessem se complicando há décadas.
Mas, dessa vez, notamos que, por mais calmo, também já perdeu a paciência com o país. Estranha era sua paciência.
Ele bem sabe, e mencionou que o país precisa de uma mudança radical. Precisa parar de brincadeira, ser objetivo, punir, trabalhar, protestar cobrar. Ter um Estado eficiente, determinado. Ter um povo que deseja evoluir, ser alguém. Resumindo, parar de brincar de casinha e levar as coisas a sério, como não se vê nesse país.
Qualquer brasileiro sabe, ou deveria saber que, geograficamente, somos o melhor país do mundo. Temos o maior território agricultável do planeta. Praticamente 365 dias de sol por ano. Uma costa marítima que alcança 7.500 quilômetros, nossa Amazônia azul. Que pode nos dar muito do que precisamos em termos econômicos, especialmente em uma economia “verde”.
Debaixo de nosso solo temos, temos de 12 e 20% de toda a água doce do planeta. Para nunca faltar água. Uma floresta amazônica com tudo que pode nos dar se bem tratada. Um pantanal extraordinário. País extraordinário para o turismo.
Uma população grande, porém, perfeitamente adequada a um país do nosso tamanho. Que costuma, normalmente, ser bem visto pelo capital estrangeiro. Podendo atrair quanto capital queira e for necessário. Só precisa dar as condições econômicas ideais ao seu desenvolvimento. E dar uma chance ao próprio país.
No entanto, o que temos aqui? A própria casa da bagunça, que ninguém quer organizar e perdida no tempo. Onde todos fazem o que querem não o que devem. Talvez o único país do mundo em que se diz “que tem Lei que pega e Lei que não pega”. Como assim? Lei que pega e que não pega? Lei é Lei, tem que respeitar e está acabado. Não gostam dela, que se mude, e não que se desrespeite a legislação.
O país, agora sabido, talvez seja o mais corrupto do mundo. E as provas têm sido incontestes nos últimos anos. Corrupção é inerente ao ser humano, ganancioso, nunca contente com o que tem. E nem sempre disposto a considerar a raça como única, mas, ele próprio como único, que precisa ser mais que outros. Mas, não daria para moderar? Precisamos ser campeões em tudo que é ruim e lanterna no que é bom? Precisamos manter o país inculto, sem educação para poder surrupiar mais a nação?
Parece que passou da hora de honrarmos o que temos. Hora de trabalhar sério, punir e colocar em reclusão perpétua os corruptos e destruidores da nação. Hora da eficiência. Hora de parar de brincadeira, de brincar de casinha. Temos que ser um país, uma nação, não um parque de diversões, um grande acampamento.
Jornal DCI