Quando começa? (versão curta)

 

Todos que militam no comércio exterior, devem se perguntar a mesma coisa. Que importância, alguma vez, teve essa atividade? A resposta é óbvia. Analisando nosso comex, veremos que representa apenas 1,3% das transações internacionais de mercadorias. Tomando a China como exemplo, em 1980 nós éramos 098% e eles 0,88%. Hoje somos 1,3% e eles 11,1%.

O que nos coloca em situações como desconfortável e “privilegiada”. Neste caso porque podemos crescer, pois nosso comex é pouco mais de 20% do nosso PIB-produto interno bruto. Na média mundial 50% do PIB.

A preocupação, justamente por este tipo de “privilégio”, e até paradoxalmente, é que parece que não estamos interessados no desenvolvimento de nossa economia. Nem na geração de empregos. O governo não parece querer olhar nem para o bem-estar da nossa população, o que os últimos 33 anos têm demonstrado. Não crescemos, efetivamente, desde 1981. Nesse período nosso crescimento médio anual é de 2,5%. Neste atual governo, até mais baixo, de 2%.

O que pode estar ocorrendo com nossos homens de negócios? Será que o desânimo chegou a tal ponto que não há mais como reagir? Ou será nossa selvagem taxa de juros? Ou a carga tributária, também a maior considerando nosso PIB? Tudo isso junto é um bom motivo. Mas devemos nos calar, nos fechar e não fazer nada? Será isto que a nação espera? Subserviência total ao governo?

É perceptível que o governo nada tem feito sequer para minimizar os problemas. Ou solucioná-los. Quantos profissionais de comércio exterior há em postos chaves no governo? Quando o Mincex – Ministério de Comércio Exterior, que já pedimos inúmeras vezes será efetivamente criado? Só queremos que todos “remem” para o mesmo lado. O mesmo ocorrendo com todos os outros modos de transporte. Navio aqui é apenas uma figura de linguagem. Isto só ocorre porque o comandante, piloto, motorista, etc. é apenas um por veículo.

Não seria a copa do mundo a grande oportunidade de mostrarmos nossos produtos? Através de degustação, exposição, oferecimento ao público, etc. Será que é isso que veremos na “nossa copa”? Que grande oportunidade, provavelmente, será perdida. Temos que lotar o entorno de nossos estádios com nossos produtos.

Por que não ter estampado na camisa amarela produtos brasileiros? Que tal um ramo ou pé de café? Ou o desenho de um avião? Ou um frango estilizado? Pois é disso que precisamos. Mas, certamente, nada disso acontecerá, como nunca aconteceu.

Assim, continuaremos os mesmos de sempre. E sempre acreditando que Deus é brasileiro. Pode até ser, e deve ser mesmo, considerando que ainda existimos. Mas, precisamos ter cuidado. Deus ajuda, quem cedo madruga, diz o ditado.

Jornal DCI

Author: Samir Keedi

-Mestre (Stricto Sensu) e pós-graduado (Lato Sensu) em Administração pela UNIP-Universidade Paulista. -Bacharel em Economia pela PUC-Pontifícia Universidade Católica. -Profissional de comércio exterior desde março de 1972. -Especialista em transportes; logística; seguros; Incoterms®; carta de crédito e suas regras; documentos no comércio exterior; contratos internacionais de compra e venda. -Generalista em várias atividades em comércio exterior. -Consultor em diversos assuntos relativos ao comércio exterior. -Professor universitário de graduação e pós graduação desde 1996. -Professor e instrutor técnico desde 1996. -Palestrante em assuntos de comércio exterior e economia. -Colunista em jornais e revistas especializadas. -Autor de vários livros em comércio exterior. -Tradutor oficial para o Brasil do Incoterms 2000. -Representante do Brasil na CCI-RJ e Paris na revisão do Incoterms® 2010.

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