Se eu fosse presidente…2
Prezados amigos,
Dando sequência ao nosso artigo enviado em 23/09 “Se eu fosse presidente…”, para relembrar, segue agora nosso segundo artigo da série “Se eu fosse presidente…2” publicado no dia 06/03/2014 também no jornal “Diário do Comércio”, da Associação Comercial de São Paulo – ACSP, em nossa coluna quinzenal à época:
Estamos de volta às propostas da série “Se eu fosse presidente…” que pretende ver se ajudamos a consertar o país. De modo a termos um futuro, que já dissemos que pode ser sombrio, com 51 tons de cinza, se nada for feito. Não acreditamos que vamos ser seguidos, mas vamos marcando nossa posição. Tivemos até feedback de que “ainda bem que nós não estamos nessa posição”. É o desejo de perpetuação da pobreza e do voto de cabresto que citamos.
Mas, vamos em frente. Ninguém poderá dizer que soluções não foram oferecidas. Após a finalização imediata da bolsa esmola como pedimos, outras providências deverão ser tomadas. Só ela não resolve.
É mister uma reforma tributária imediata. Oportunidade perdida várias vezes, em especial em 2003 e 2011. Há que reduzir a quantidade de impostos a no máximo meia dúzia. E que nenhum seja cumulativo, mas individual e seco. Em que, por exemplo, um I.R. de 25% seja 25% e não 33,3%. E que se reduza radicalmente a média de 2.600 horas que as empresas gastam para pagá-los. E que a carga tributária seja razoável. Seguindo o mundo. O bem estar dos norte-americanos custa a eles 25% do PIB – produto interno bruto. E é muito menor que a nossa em muitos países melhores que nós. No Chile 21%, Coréia 25% e Suíça 30%. Dados de 2010 da OCDE e do nosso Ministério da Fazenda.
Realizar, urgentemente, um ajuste da taxa de juros, de modo a estar pari-passu com o mundo. Onde ela é negativa há muitos anos. Por exemplo, 0% no Japão, 0%-0,25% nos EUA, 0,25% na União européia e 0,5% na Inglaterra. E, não consta a ninguém, que a inflação e o consumo tenham disparado e destruído essas economias com mais inflação.
Para inflação é preciso conhecer um pouco mais de economia do que nosso governo e o país conhecem. Há muitas formas de controle. A pior delas é através da taxa de juros. Que encarece o crédito para o empresário e evita ou reduz investimentos. Nosso investimento é medíocre, com média de 18% entre 1995 e 2013. Sem investimento não há crescimento. E, também de quebra, evita consumo maior, e não incentiva mais produção, mais emprego, mais consumo, mais investimento. E nem incentiva, como manda o figurino, o financiamento das famílias. E nada de meta de inflação de 4,5%, que é muito alta. E nem com tolerância entre 2,5% e 6,5%. Tolerância máxima de 10% dela, e se ficar em 4,5%, que a tolerância entre 4,05% e 4,95%. Precisamos investir no mínimo 30% do PIB, e crescer 7-8% ao ano.
Reforma da previdência social. Nas últimas décadas, e até de alguns poucos anos, a expectativa de vida cresceu radicalmente. Hoje se vive tranquilamente acima dos 80-90 anos. A idade de aposentadoria tem que acompanhar para não quebrar de vez a instituição. Quando falamos em quebrar, é tanto real quanto virtual. Real é a quebra pura e simples. A virtual é aquela em que a sociedade tem que cobrir o rombo, como já ocorre, através de mais tributos, portanto, mascarando a quebra. Continua viva, mas, ligada a aparelhos.
O estado tem que ser reduzido drasticamente. Não pode continuar aumentando os gastos além do crescimento da economia e da arrecadação de tributos. Aliás, nem tem que empatar. Tem que reduzir em valores absolutos, tanto em pessoal quanto em recursos. O país não precisa dessa quantidade de funcionários para prestar o serviço que presta. E nem de um ministério das “mil e uma noites”. Não necessitamos mais do que uma dúzia deles.
E nem de ministérios sobrepostos. Como da Agricultura e Pecuária e um para a Pesca. Ou como um para o Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e outro para a pequena empresa. E nem um para Transportes, e um para Portos e outro para Aviação. Afora as agências reguladoras nessas mesmas áreas, que nada regulam. É só cabide de empregos.
Não sabemos para que precisamos de um congresso com 513 deputados e 81 senadores, sendo estes, com três por estado. O gasto é enorme. Sem contar todos os anexos aos gastos, que fazem o Brasil ter o segundo mais caro parlamentar do mundo. Só perdendo para os EUA. Mas, lá, a população é apenas 50% maior que a nossa. Só que com PIB seis vezes maior, e a renda per capita cinco vezes maior. Assim, relativamente, temos, de longe, o parlamentar mais caro do mundo, talvez da “via Láctea” (sic). Falando em EUA, apesar de tudo isso, eles têm apenas 435 deputados e 100 senadores, sendo estes, apenas dois por estado.
Quanto às nossas embaixadas nos mais diversos países, para que precisamos ter imóveis e aluguéis tão caros como sempre divulgado pela imprensa? E para o que elas servem? Se não temos conflitos com ninguém, não precisamos de tantas. E poderiam ser para grupos de países, quando pequenos e/ou sem muito interesse. E justificariam se fossem embaixadas comerciais. Como já pedimos há tempos, sem sucesso.
Como eram as embaixadas de Londres entre 1994-99 e de Washington entre 1999-2004. Ambas comandadas pelo nosso caro Embaixador Senhor Rubens Antonio Barbosa. Período este em que vivemos, no Grupo Aduaneiras, experiências das suas pesquisas e lançamentos de publicações em comércio exterior. E para serem, simplesmente, distribuídas aos interessados, para melhorar o comércio exterior brasileiro. Bem como usufruímos de diversas palestras com ele, na área, em nosso período na ADEDE – Associação Brasileira dos Executivos de Comércio Exterior.
Jornal Diário do Comércio, da ACSP, de 06/03/2014