Sugestões para a reforma política

 

Passada a eleição, e assistindo a maior baixaria de todos os tempos, a vida continua. Como pode o partido no poder cair tão baixo? Já os conhecemos de sobejo, mas, descer abaixo do pré-sal? É o poder pelo poder apenas? Óbvio que não foi apenas a campanha deles. Mas, ficou claro de quem foi à maior baixaria. E quem começou. E quem falou as maiores mentiras. Pior que isso poderia haver? Sim, claro, o povo acreditou. O que mostra como é fácil iludi-lo ao presenteá-lo com espelhinhos (sic). Até onde vamos, não precisamos perder tempo aqui. Já esgotamos o assunto em nossos artigos.

Mas, apesar de tudo, com dó de nós, vamos ajudar. Não queremos deixá-los sozinhos. Nem irmos nós ao pré-sal. Já que o assunto primordial agora é a reforma política, estamos nessa. Óbvio que isso cheira mais a desvio de assuntos mais relevantes, já que não a fizeram em 12 anos, mas vamos colaborar. Fazer a nossa parte uma vez mais.

Temos que começar a reforma política por manter a reeleição, que alguns já falam em exterminar. Há que continuar. Existe nas democracias para que todos tenham chance de mostrar seu trabalho e ser avaliado. Período de quatro anos não é suficiente para consertar um país e, para algumas coisas nem chegar à metade. Assim, há que dar a chance aos bons governantes de pleitearem novo mandato. A população tem o direito de julgar, reconduzir ou defenestrar o aspirante. Mas, a regra do jogo tem que mudar.

Para os cargos executivos, ou seja, de presidente, governador e prefeito temos que ter igualdade de condições. Todos devem se licenciar de seus cargos para a disputa. Assim ela fica mais igual, e não se gasta dinheiro do executivo, dos impostos para sua campanha. E nada de doações por empresas, interessadas no futuro. Doações apenas de pessoas físicas, e registradas. E mais, para esses cargos, somente com carreira.

Deve-se, obrigatoriamente, começar pela vereança. Depois de um período, pode pleitear o cargo de deputado estadual. Ai estará apto a pleitear ser prefeito. O objetivo da vereança é conhecer a política local, sua cidade, seus problemas e o legislativo. Para ai, então, querer administrar sua cidade. E o cargo de deputado estadual antes é para fins de conhecimento da política estadual, de como funciona o governador, de quem vai depender. Somente após isso a cidade poderá lhe confiar um mandato, sabendo que tem conhecimento para isso. Se vai fazer direito, honestamente, ai é outra questão e ele será julgado à frente. Quiçá no meio do mandato.

Depois de ser prefeito poderá pleitear ser deputado estadual e senador, e ai governador. Quando desejar este novo cargo, já deverá saber como funciona o executivo, através da prefeitura, bem como as necessidades dessa. E como funciona o legislativo estadual e federal. Parlamentos que ele vai precisar quando no cargo. E saberá como funciona a presidência da república, de quem também vai depender e terá relações. Com esse conhecimento, o estado poderá lhe dar a chance de governá-lo. Em tese, terá grande conhecimento para isso. Se não fizer direito não dependerá de conhecimentos, que já foram adquiridos, sendo o mau governo devido a outras causas. Nesse caso, não terá segundo mandato, e poderá ter problemas no meio dele.

Tendo já passado por todos esses cargos terá, então, condições de pleitear o cargo de presidente do país. E, em tese, terá condições de fazer bom governo. Já saberá como funcionam todos os poderes legislativos e executivos existentes no país, afora a presidência. Saberá como lidar com e quais as necessidades das cidades e dos estados. O que poderá exigir ou dar a eles como governo central.

Portanto, como visto, não se pula etapas se queremos ser um país sério. Não sei vai a algum cargo sem saber como funcionam os anteriores. Eliminam-se os paraquedistas, falsos profetas, salvadores da pátria. Que, claro, não são e não existem. Não conhecem nada antes, não podem fazer nada bem. Todos sabem que de boas intenções o inferno está cheio.

Além do que, temos que ter, para cargos parlamentares, voto distrital. No máximo misto, que talvez nem seja boa ideia. Temos que fixar o político a uma base. Como ocorre nas empresas. Ele tem que ter a quem responder e pagar por isso. Supondo, para usarmos como exemplo, o estado de São Paulo nas eleições para deputado estadual. O que ocorre hoje é que o sujeito é eleito, digamos, na região de Campinas, mas não se preocupa muito com isso. Se não fizer nada direito, na próxima eleição irá pedir votos na região de Bauru. Lá fará, então, suas promessas de praxe, e poderá ser reeleito. E assim por diante. Fixado a uma região ele trabalhará melhor, sabendo que é para aquele eleitorado que terá que trabalhar e pedir renovação do mandato. E na próxima eleição eles é que o julgarão.

As mudanças de partido como ocorrem hoje terão que mudar. Há políticos que trocam de partido como de camisa. Se trocar de partido durante o mandato, perderá o mesmo. O partido é que terá de ser dono dos votos.

Temos que instituir o “recall”, como tem os norte-americanos. O povo que elegeu alguém terá o direito de revogar seu mandato no meio do período. Ele não pode ganhar a eleição, ficar grudado na cadeira, e danem-se os eleitores. Muito se pode falar, mas achamos que estas já são boas contribuições.

Jornal Diário do Comércio

Author: Samir Keedi

-Mestre (Stricto Sensu) e pós-graduado (Lato Sensu) em Administração pela UNIP-Universidade Paulista. -Bacharel em Economia pela PUC-Pontifícia Universidade Católica. -Profissional de comércio exterior desde março de 1972. -Especialista em transportes; logística; seguros; Incoterms®; carta de crédito e suas regras; documentos no comércio exterior; contratos internacionais de compra e venda. -Generalista em várias atividades em comércio exterior. -Consultor em diversos assuntos relativos ao comércio exterior. -Professor universitário de graduação e pós graduação desde 1996. -Professor e instrutor técnico desde 1996. -Palestrante em assuntos de comércio exterior e economia. -Colunista em jornais e revistas especializadas. -Autor de vários livros em comércio exterior. -Tradutor oficial para o Brasil do Incoterms 2000. -Representante do Brasil na CCI-RJ e Paris na revisão do Incoterms® 2010.

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