Brasil 2020 – O retorno (versão curta)

Em setembro/2012 escrevemos o artigo “Brasil: buraco 2020”. C colocando que lá não haverá mais país. Depois de alguns meses, com a economia degringolando, fomos criticados pela data. Começamos a ouvir que o que prevíamos acontecerá bem antes. Sabemos e nosso primeiro rascunho era para 2017. Mudamos para não chocar muito.

O que todos estão percebendo agora, e que já falamos há mais de uma década, está assustando. O país está numa situação crítica e a Ilha da Fantasia, com seus “nervosinhos”, “está enfeitando cada vez mais o Frankenstein. Se já dizíamos que o país não tinha futuro, ceteris paribus, isso é mais real agora. Em 2020 não haverá recursos para nada. E os estrangeiros também já perceberam nossa farsa.

Está cada vez mais sólida a mentira de que nossa classe média é de 54%. Deve mesmo ser classe média quem tem ganho mensal per capita de R$ 291,00 a R$ 1.019,00 segundo a SAE – Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência. Dá para estudar, colocar os filhos nas universidades, ter casa e carro próprio, etc.

A economia não cresce e o consumo está em baixa. Tudo pela insistente política de desenvolvimento pelo consumo. Desenvolvimento se faz basicamente com investimento. E investimento médio de 18% nos últimos 19 anos não indica essa política.

Os empresários não estão investindo. Para investir é preciso ter claro o futuro de médio e longo prazo. O exterior também já percebeu a fraude Brasil. A vontade de investir aqui está em baixa.

A dívida da união continua subindo expressivamente. E a economia para pagamento dos juros da dívida e do seu serviço continua muito abaixo do necessário. Fazendo com que a dívida tenha passado de 88 bilhões de reais em 1994 para 1,1 trilhão em 2002, daí para 2,4 trilhões em 2010 e hoje em 3,0 trilhões. Será acima do PIB em 2020.

A carga tributária cresce ano a ano. Tendo passado de 13% em 1948 para 22% em 1989, estando hoje em 36%, segundo dados oficiais. Segundo nossos cálculos, pelo seu retorno, e pelo que temos que pagar daquilo que o governo deveria nos dar, ela é algo como 50-60% como já explicamos em artigo anterior.

Num determinado momento, se terá pouco para consumir. A renda disponível diminui na mesma proporção que sobe a carga tributária.

Chegará o momento em que não haverá mais como aumentar a carga tributária. Também não se poderá mais pagar nada da dívida. Não haverá recursos para investimento. Nem para pagamento das aposentadorias, bolsa-esmola, etc.

Jornal DCI

Author: Samir Keedi

-Mestre (Stricto Sensu) e pós-graduado (Lato Sensu) em Administração pela UNIP-Universidade Paulista. -Bacharel em Economia pela PUC-Pontifícia Universidade Católica. -Profissional de comércio exterior desde março de 1972. -Especialista em transportes; logística; seguros; Incoterms®; carta de crédito e suas regras; documentos no comércio exterior; contratos internacionais de compra e venda. -Generalista em várias atividades em comércio exterior. -Consultor em diversos assuntos relativos ao comércio exterior. -Professor universitário de graduação e pós graduação desde 1996. -Professor e instrutor técnico desde 1996. -Palestrante em assuntos de comércio exterior e economia. -Colunista em jornais e revistas especializadas. -Autor de vários livros em comércio exterior. -Tradutor oficial para o Brasil do Incoterms 2000. -Representante do Brasil na CCI-RJ e Paris na revisão do Incoterms® 2010.

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