Brasil: erramos (versão curta)

Por muitos anos pedimos uma ação para mudarmos o país. Nossos leitores estão acostumados com nossos artigos, sempre querendo melhorá-lo. E, para isso, fazermos algo efetivo. Antes que 2020 bata à nossa porta. Que já apontamos como ano do juízo final, ceteris paribus.

Além de apontarmos os problemas, temos como característica o hábito de mostrarmos o caminho a seguir. Infelizmente, nada acontecia. Como dizem nossos amigos, os que devem ler os artigos não os lêem.

Finalmente, após tantos anos, vimos o povo, aparentemente, querendo fazer algo. Não sabemos se por nós, por outros escritores ou formadores de opinião em geral, se por consciência própria, etc. Não importa, já que é o ato que interessa. As manifestações de junho/13 nos levaram a acreditar que “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Começamos a crer que esse velho ditado poderia funcionar. O povo foi às ruas. Reivindicou, a princípio, a redução do aumento das passagens de ônibus e metrô. Tanto se bateu, que os R$ 0,20 foram retirados, e as passagens ficaram como estavam. Que já são caras pelo serviço que se presta. E pelo ganho do trabalhador brasileiro.

Outras reivindicações foram surgindo, e dando esperanças. Até o Ministério Público foi atingido. pelo lado bom, com os legisladores federais mantendo sua competência de investigação. Foi bem em cima da hora. Ainda bem. Este talvez tenha sido o melhor resultado de junho. Estávamos animados, acreditando que “agora vai”. “chegou a hora”. Finalmente, havíamos acordado do berço esplêndido em quem estamos dormindo há mais de cinco séculos.

Passaram-se os meses e percebemos que, uma vez mais, nos enganamos. As manifestações que interessam foram paralisadas. Quase nada mais aconteceu de efetivo do que todos esperavam. A letargia parece ter voltado.

Concluímos, infelizmente, para nosso desgosto, que estávamos errados. Que os atos de junho foram, pura e simplesmente, pelos R$ 0,20. Que lástima. Voltamos a ser o país de sempre. Aquele que aceita tudo. Que não defende seus direitos. Um povo que nem sabe que têm direitos e quais são eles. Foi às ruas por um simples e irrisório motivo. Que não dignifica um povo.

As manifestações voltaram. Mas, para que? Para mostrar apenas que o povo brasileiro realmente não sabe o que quer. Saímos às ruas para quebrar tudo. Tanto patrimônio público, quanto privado. Queimamos ônibus que se precisa usar para ir e voltar do trabalho. Ou do lazer. Quebramos agências bancárias, lojas e as saqueamos, etc.. Queimamos carros da polícia. Confrontamos e matamos policiais, etc.

Jornal DCI

Author: Samir Keedi

-Mestre (Stricto Sensu) e pós-graduado (Lato Sensu) em Administração pela UNIP-Universidade Paulista. -Bacharel em Economia pela PUC-Pontifícia Universidade Católica. -Profissional de comércio exterior desde março de 1972. -Especialista em transportes; logística; seguros; Incoterms®; carta de crédito e suas regras; documentos no comércio exterior; contratos internacionais de compra e venda. -Generalista em várias atividades em comércio exterior. -Consultor em diversos assuntos relativos ao comércio exterior. -Professor universitário de graduação e pós graduação desde 1996. -Professor e instrutor técnico desde 1996. -Palestrante em assuntos de comércio exterior e economia. -Colunista em jornais e revistas especializadas. -Autor de vários livros em comércio exterior. -Tradutor oficial para o Brasil do Incoterms 2000. -Representante do Brasil na CCI-RJ e Paris na revisão do Incoterms® 2010.

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