Fim da farsa do emprego (versão curta)

Temos denunciado há tempos a grande farsa do emprego no Brasil. O governo mentindo descaradamente. E os jornais, jornalistas, economistas, empresários, todos quase calados. Somente nós, praticamente, batendo no assunto.

Não havia como o país ter apenas cerca de 5% de desemprego. E criando entre 2-3 milhões de empregos anuais. Dizíamos que era impossível. Com tanto emprego, o país teria que crescer muito mais. Portanto, a criação de tanto emprego era uma farsa. Ou apenas a transformação de emprego informal em formal. E se era um dos dois casos, isso é crime. O primeiro por escamotear a verdade. O segundo por não controlar e não multar as empresas pelo emprego informal.

Agora, nos últimos dias, nos demos conta da realidade do país. Em primeiro lugar, pelo desemprego não ser de apenas o sempre divulgado, mas de 7,5%. O que é apontado pelo novo método de pesquisa do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Que é o PNAD Contínuo – pesquisa nacional por amostra de domicílio, trimestral. Que substitui o PME – pesquisa mensal de emprego. E, segundo o PNAD, 38,5% da população em idade de trabalhar não têm ocupação nem procura emprego.

Ou seja, 61 milhões de brasileiros de 14 anos ou mais não trabalham nem procuram ocupação. E, por isso, não entram na estatística do desemprego. Assim, como muitos indicadores, cai agora, também, a máscara do pleno emprego. Enquanto dermos bolsa esmola para mais de 60 milhões de pessoas, o equivalente, por coincidência, aos que não tem ocupação, nada melhorará.

Assim, vemos que há algo de podre no Reino do DinBrasil. Para termos crescimento, precisamos de emprego. E, para isso, precisamos de redução da carga tributária. Precisamos da redução drástica da taxa de juros. Inflação se combate com um conjunto de medidas econômicas e não apenas juros. Vide a taxa de juros no mundo, que é negativa. E o mundo está crescendo, na média, muito acima de nós. Os países em desenvolvimento estão dando de goleada em nós. E a inflação no mundo, na média, com juros negativos, é de nos dar inveja.

Crescimento se faz com investimento. Com consumo. O que só é possível com emprego. Quem trabalha, consome. Quem não trabalha, retira da sociedade o pouco que ela faz. Também tira o incentivo do trabalho, da produção, do investimento. Por isso, nenhum país socialista ou comunista na economia deu certo. Por gentileza, não citem a China. Ela teve a inteligência de perceber, em 1979, o que ainda não vimos. Que o socialismo pode ser político, mas não econômico.

Jornal DCI

Author: Samir Keedi

-Mestre (Stricto Sensu) e pós-graduado (Lato Sensu) em Administração pela UNIP-Universidade Paulista. -Bacharel em Economia pela PUC-Pontifícia Universidade Católica. -Profissional de comércio exterior desde março de 1972. -Especialista em transportes; logística; seguros; Incoterms®; carta de crédito e suas regras; documentos no comércio exterior; contratos internacionais de compra e venda. -Generalista em várias atividades em comércio exterior. -Consultor em diversos assuntos relativos ao comércio exterior. -Professor universitário de graduação e pós graduação desde 1996. -Professor e instrutor técnico desde 1996. -Palestrante em assuntos de comércio exterior e economia. -Colunista em jornais e revistas especializadas. -Autor de vários livros em comércio exterior. -Tradutor oficial para o Brasil do Incoterms 2000. -Representante do Brasil na CCI-RJ e Paris na revisão do Incoterms® 2010.

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