Infraero – privatização já

 

O que está acontecendo com a aviação aérea brasileira? Para não repetirmos o quase chavão, o que está acontecendo com o Brasil?

Ninguém está entendendo mais nada, e muito menos nós. Há cerca de um ano que a situação degringolou de tal forma, que a dúvida na cabeça de todos deve ser: é coisa nova ou tudo estava sendo encoberto?

Qual é a resposta não importa, mas o que está havendo é o importante. Parecem todos perdidos numa imensa floresta e ninguém consegue se achar ou ao caminho de retorno. O bom-senso também foi enterrado, pois enquanto ficam achando culpados e punindo, os brasileiros, um dos povos mais sofridos do mundo, considerando as condições para o contrário, continuam parecendo baratas tontas funcionando como bucha-de-canhão.

A incompetência continua grassando no nosso meio, com desenvolvimento ímpar. Embora, talvez nem tanto para nossos padrões de despreparo (sic). Temos pessoas completamente despreparadas para gerir nossas vidas aéreas e aeroportuárias.

Não bastassem os problemas com o vôo da GOL, fazendo com que setembro, em todo o mundo, seja cada vez mais sinônimo de setembro negro, temos agora uma nova tragédia, aparentemente anunciada, a do Airbus 320 da TAM no Aeroporto de Congonhas. Quase deu setembro de novo. Mas, pelo andar da carruagem do período, nasceu com alguns dias de atraso (sic).

Em 1999, 2000 e 2001 publicamos em diversas revistas e jornais um artigo pedindo a privatização da Infraero e dos aeroportos brasileiros, com o título “To privatizar or not to privatizar aeroportos e Infraero”. Entendemos que já era mais do que hora, aliás, esperamos até muito, para retornarmos com vigor à nossa campanha, que esperamos seja do povo brasileiro.

Nossa palavra de ordem é “privatização já” de tudo que possa tornar nossa aviação mais competente e traga de volta a segurança a todos nós brasileiros que insistimos em fazer negócios, ministrarmos aulas, termos um merecido lazer, etc.

E podemos começar pela Infraero – Empresa de Infra-Estrutura Aeroportuária, que embora seja uma empresa lucrativa, aliás, lucrativa demais, não tem atendido as expectativas para o qual existe.

Passando à iniciativa privada as chances melhoram, sem sombra de dúvida, a começar pela nomeação de pessoas mais competentes para os cargos chaves, bem como todos os demais que fazem uma empresa. Só o fato de não termos mais nela cargos políticos a evolução será grande.

Àqueles que tem alguma dúvida sobre isso, pedimos que façam uma rápida análise, que como se vê nem precisa ser muito acurada, e notarão as diferenças existentes entre a administração privada e a pública. Se ainda persistir algum dúvida, por menor que seja, vide o que ocorreu com todas as empresas estatais que ao longo dos anos foram sendo privatizadas. Vide os nossos portos marítimos que tiveram suas operações privatizadas – pena que apenas as operações. E, além da comparação entre as operações estatais e as privadas passadas, podem ser comparadas, atualmente, as próprias gestões dos terminais privatizados em suas operações e as Cia. Docs, administradoras dos portos, embora insistam em se denominar de autoridades portuárias. Até isso temos que suportar.

Assim, partir célere e firmemente para a única solução plausível para nossos aeroportos e operações aéreas, que é a transferência da Infraero e de todos os aeroportos à iniciativa privada, cobrando-lhes responsabilidade através de normas sérias, é um ato cívico.

E, quanto ao batido argumento de que, dos 67 aeroportos administrados pela Infraero, apenas 6  deles são lucrativos, isso é perfumaria. O que importa é que o sistema como um todo é lucrativo. Assim, é só impor, através de normas objetivas, que os aeroportos não lucrativos devem receber investimentos para que também o sejam. Mas, certamente, isso não precisará ser dito à iniciativa privada, que sabe como fazer para ganhar dinheiro, e que não o desvia.

Também, a privatização poderia ser em três ou seis lotes, levando cada empresa um ou dois aeroportos lucrativos e dez a vinte não lucrativos, de modo que o seus sistema continue lucrativo.

E, todos sabemos que as empresas não começarão a fechar aeroportos só porque não são lucrativos. Um aeroporto lucrativo precisa de outros para operar, lucrativos ou não. Se elas  começarem a operar apenas entre os lucrativos, elas simplesmente perecerão por inanição.

Portanto, nossa palavra de ordem, e mais uma vez esperamos que do povo brasileiro, é “privatização já, ou melhor, agora, ou quem sabe, imediatamente”

Ray Croc (McDonald’s): Devemos nos disciplinar para não cairmos na tentação de fazer aquilo para o qual não estamos preparados.

Revista Aviação em Revista

Author: Samir Keedi

-Mestre (Stricto Sensu) e pós-graduado (Lato Sensu) em Administração pela UNIP-Universidade Paulista. -Bacharel em Economia pela PUC-Pontifícia Universidade Católica. -Profissional de comércio exterior desde março de 1972. -Especialista em transportes; logística; seguros; Incoterms®; carta de crédito e suas regras; documentos no comércio exterior; contratos internacionais de compra e venda. -Generalista em várias atividades em comércio exterior. -Consultor em diversos assuntos relativos ao comércio exterior. -Professor universitário de graduação e pós graduação desde 1996. -Professor e instrutor técnico desde 1996. -Palestrante em assuntos de comércio exterior e economia. -Colunista em jornais e revistas especializadas. -Autor de vários livros em comércio exterior. -Tradutor oficial para o Brasil do Incoterms 2000. -Representante do Brasil na CCI-RJ e Paris na revisão do Incoterms® 2010.

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