Surpresas no comércio exterior – 33 (acertos e erros voluntários no comex)

 

A exemplo da nossa “Surpresas 32”, queremos abordar a vontade de aprender ou não. De mudar os erros ou não, mesmo sabendo que algum procedimento está errado ou inadequado. Na linha do que ocorria nos anos 70, 80, 90. Quando grandes mudanças aconteciam em todos os setores, em especial quanto à tecnologia. “Eu faço isso há 30 anos e sempre deu certo, por que tenho que mudar?” Temos uma boa frase para isso “tudo está bem, enquanto está bem” aprendida com um grande diretor no início dos anos 1980.

Quanto à tecnologia, tem que mudar por que está se provando melhor. Mais rápido, mais produtivo, etc. Quanto aos erros, porque nada deve ser feito de forma errada ou equivocada, e deve ser feito da forma correta.

Para fazer do melhor modo, ou do modo correto, há que estudar e, às vezes, para certas coisas, muito e por anos. E mais a experiência acumulada. A forma de estudar é bem variada. Pode ser frequentando uma sala de aula, seja presencial ou por videoconferência. No formato EAD. Na conversa constante com amigos que sabem mais, com colegas de trabalho. Com leitura, muita leitura, disponível em livros, apostilas, matérias e artigos em jornais, revistas, rádio, TV, internet, etc.

Há muitos meios para isso. Mas, é importante saber e conhecer a quem se está delegando o poder para que o conhecimento que lhe seja transmitido. Sabemos, por isso falamos e escrevemos constantemente sobre isso, que muitos e constantes erros existem no comércio exterior. E que se devem em grande parte a conhecimentos errados e equivocados que lhe são transmitidos, por diversos meios.

Quando se recebe informações e conhecimentos há que se ter alguma noção para entender se aquilo está correto ou inadequado, errado. E buscar outras informações para comparar. Como fazer isso, é fácil. Procure saber a trajetória, trabalho, conhecimentos efetivos do transferidor de conhecimentos. Fazer leituras de diferentes autores, para comparação. Buscar informações de diferentes fontes. Não acreditar pura e simplesmente na primeira informação recebida. Às vezes nem na segunda, terceira, etc.

Sabemos que aqueles que conhecem determinados assuntos, principalmente Incoterms® (o da ICC e não aquele criado diariamente por pessoas e empresas, arghh), carta de crédito, publicação 600 (arghh), endosso de B/L, de SWB e AWB (arghh), apenas para ficar em alguns exemplos, são raros, pois estes são instrumentos de domínio restrito, infelizmente. E não porque sejam difíceis ou impossíveis de entender, ao contrário, mas, porque não se tem aquela vontade real de aprender.. E isso é dito pela própria ICC Academy – Paris em relação aos Incoterms®. Por isso, se tem tantos problemas na negociação de mercadorias no comércio internacional.

Como dissemos acima, “tudo está bem, enquanto está bem”. Isso quer dizer que, enquanto se faz errado, e nada acontece por isso, vai “tudo bem”. Enquanto se faz errado, com toda a classe sabendo a mesma coisa, ou seja, pouco, também vai “tudo bem”.

Mas, quando a situação mudar, de alguma forma, os problemas vão acontecer. Até por judicialização, arbitragem, mediação, conciliação. Aí os prejuízos vão aparecer.

Surpresas no comércio exterior – 32 (termos errados e irritantes a mudar no comex)

Author: Samir Keedi

-Mestre (Stricto Sensu) e pós-graduado (Lato Sensu) em Administração pela UNIP-Universidade Paulista. -Bacharel em Economia pela PUC-Pontifícia Universidade Católica. -Profissional de comércio exterior desde março de 1972. -Especialista em transportes; logística; seguros; Incoterms®; carta de crédito e suas regras; documentos no comércio exterior; contratos internacionais de compra e venda. -Generalista em várias atividades em comércio exterior. -Consultor em diversos assuntos relativos ao comércio exterior. -Professor universitário de graduação e pós graduação desde 1996. -Professor e instrutor técnico desde 1996. -Palestrante em assuntos de comércio exterior e economia. -Colunista em jornais e revistas especializadas. -Autor de vários livros em comércio exterior. -Tradutor oficial para o Brasil do Incoterms 2000. -Representante do Brasil na CCI-RJ e Paris na revisão do Incoterms® 2010.

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