Surpresas no comércio exterior – 43 (seguradora protestando todo mundo?)

 

Não é incomum ouvirmos isso de seguradoras. Em caso de alguma dúvida, seja qual for, protestamos todos os envolvidos. Protestamos o armador ou outro transportador de outro modo de transporte, o agente de carga, o NVOCC – Non Vessel Operating Commom Carrier, o Freight Forwarder, o OTM, etc. Quem pintar pela frente e, de algum modo, participou da operação.

Como assim? Onde já se viu pensar dessa maneira? Há que se protestar apenas a quem de direito. O responsável pela avaria, aquele que deve vir a reembolsar à seguradora quando esta é a sub-rogada, depois de indenizar o seu segurado.

Já ouvimos isso várias vezes ao longo dos últimos anos. Só não ficamos de cabelo em pé pela falta deles. E já contestamos isso até em evento, explicando que não pode ser assim. Até explicamos, didaticamente, o que é cada um deles, e o que fazem, pois esses intervenientes nem sempre são de conhecimento geral. A confusão é enorme. Já montamos e temos até uma palestra estruturada, há alguns anos, para explicar a quem for preciso, o que é cada um desses intervenientes, o que fazem, onde e como atuam.

É óbvio que sempre que há um problema, deve haver um responsável, e não vários, ou todos eles. Não importa quantos estiveram no processo, certamente apenas um deles será o culpado, ou responsável por algum problema causado.

Numa operação de exportação ou importação, sempre atuam vários intervenientes. Transportadores nacionais e internacionais, despachantes aduaneiros, comissárias de despachos, agentes de carga, cargo broker, NVOCC, Freight Forwarder, armazéns/depósitos em geral, em vários pontos, etc., da origem ao destino da mercadoria.

Na eventualidade de alguma avaria ou perda de qualquer natureza, de qualquer montante, certamente um deles será o responsável. A carga terá sofrido um problema em algum ponto do seu trajeto, desde o momento em que o seguro está válido, até a sua extinção. E, certamente, nesse ponto haverá um responsável.

Portanto, nada desse negócio de que protestamos todo mundo para ver o que dá, nem sair por aí efetivamente protestando-os.

Só mostrará o desconhecimento sobre esses intervenientes e, claro, alguma perda de credibilidade por isso e pelos protestos infinitos, o que não será bom para a empresa.

Author: Samir Keedi

-Mestre (Stricto Sensu) e pós-graduado (Lato Sensu) em Administração pela UNIP-Universidade Paulista. -Bacharel em Economia pela PUC-Pontifícia Universidade Católica. -Profissional de comércio exterior desde março de 1972. -Especialista em transportes; logística; seguros; Incoterms®; carta de crédito e suas regras; documentos no comércio exterior; contratos internacionais de compra e venda. -Generalista em várias atividades em comércio exterior. -Consultor em diversos assuntos relativos ao comércio exterior. -Professor universitário de graduação e pós graduação desde 1996. -Professor e instrutor técnico desde 1996. -Palestrante em assuntos de comércio exterior e economia. -Colunista em jornais e revistas especializadas. -Autor de vários livros em comércio exterior. -Tradutor oficial para o Brasil do Incoterms 2000. -Representante do Brasil na CCI-RJ e Paris na revisão do Incoterms® 2010.

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