Turismo de entrada – melhor saída para o Brasil

 

Ao longo do tempo temos acompanhado o noticiário sobre as principais mercadorias de exportação do Brasil. Entre as primeiras da pauta temos as sempre reverenciadas soja, café, minério de ferro, petróleo, veículos, carnes, etc.

Essas mercadorias trazem divisas e geram empregos continuamente, o que é muito bom para o país. Mas a grande questão do momento, após a maior crise econômica da história do capitalismo moderno, é como ficam as vendas de mercadorias no futuro próximo e distante. Principalmente porque os países desenvolvidos estão crescendo pouco.

Vamos ter que continuar fazendo um esforço exportador cada vez maior de modo que a atividade gere o crescimento necessário. Em especial depois das quedas de 2012, 2013, 2014 sobre nosso pico de 2011. Mas, conquistar mercado a essa altura dos acontecimentos, significa deslocar outros países que querem o mesmo.

No entanto, o país tem um produto de exportação para o qual nunca se deu a devida atenção. Aliás, há muitos países que nem pensam nessa possibilidade como concreta e de grande utilidade. Entre eles podemos incluir, lamentavelmente, o Brasil.

Colocamos à discussão uma idéia, nada nova para muitos, que julgamos possa ser de grande valia para ajudar na redenção da economia nacional e, melhor que qualquer mercadoria que se queira privilegiar. E sobre o qual já escrevemos antes.

Estamos falando do turismo, que pode fazer aumentar muito as divisas do país, melhorando sobremaneira suas reservas em moeda forte. E, claro com plenas condições de gerar os empregos necessários ao país e perdidos com a atual crise.

O Brasil é um país com sol praticamente o ano todo. Está ligado ao mundo por meio de transportes e comunicações de todos os tipos. Vir ao país é uma tarefa que não requer prática nem habilidade.

Ficamos pensando, e não entendemos direito, por que o país não faz um esforço para atrair turistas. Os dados de 2013 são desanimadores para nós. O país recebeu apenas 6 milhões de turistas. Enquanto isso a França, em primeiro lugar, recebeu 85 milhões de visitantes. Os EUA 70 milhões de almas estrangeiras. A Espanha 61 milhões e a China 56 milhões de estrangeiros. A Itália 48 milhões, a Alemanha 31 milhões e o Reino Unido 31 milhões. A Rússia 28 e a Tailândia 26 milhões. Segundo dados do presidente da seção paulista da Associação Brasileira de Agências de Viagens. Algumas cidades, no mundo, recebem mais turistas do que o Brasil. Sabemos que mesmo a Argentina recebe mais turistas do que o nosso país, sendo bem menor. E talvez nem tendo tantos atrativos quanto nós temos num país continental.

Pode-se pensar que as pessoas adoram visitar cidades famosas e históricas, como é o caso de Atenas, Roma e outras, no entanto, isso não explica, pois as pessoas não querem ver ou visitar apenas cidades assim. E EUA é prova disso.

O Brasil é um país continental maravilhoso do ponto de vista físico e tem belezas naturais extraordinárias. Temos algumas das mais belas praias do mundo, assim como a maior floresta tropical do mundo, um belo pantanal, etc. Há muito que se ver no Brasil.

Fica a pergunta, então, sobre qual é o grande problema. Na realidade temos muitos grandes problemas. O turista não encontra a segurança ideal para visitar o país. Não há tanta gente que fale alguns idiomas estrangeiros que possa colocar o turista à vontade e auxiliá-lo. Nem sempre o turista é reverenciado da maneira que merece, e todos devem sê-lo se trazem ao país as divisas necessárias à sua sobrevivência.

É preciso investir especificamente para o turismo, em especial em segurança, de modo que se garanta ao turista um retorno são e salvo e que não morrerá em suas férias, como temos visto acontecer em demasia.

Não temos visto ao longo da nossa história um esforço de vendas do país no exterior. Quando já fizemos uma grande exposição de fotos, em vários países e ao longo do tempo, para mostrar, por exemplo, as praias brasileiras de modo a deixar o turista com água na boca?

O governo já pensou em afretar um avião para 200 passageiros, enviando para a Europa uma ala atraente de alguma escola de samba para mostrar o que temos? Que tal um desfile em cada capital européia, e cidades importantes, e dizer ao turista que aquilo representa apenas menos de 5% de uma escola de samba? E assim com muitas outras atrações.

Quais seriam os efeitos do aumento do turismo? O que ocorreria se criássemos as condições para o recebimento de diversos milhões de turistas por ano? Ainda que abaixo do que recebem os países citados? Será que haveria alguma dificuldade para um país bonito e cheio de atrativos como o nosso, atrair, por exemplo 70 milhões de turistas?

Suponha-se um turista passando em média 10 dias no Brasil e gastando aqui cerca de US$ 1,000.00 nesse período. Isso representaria uma entrada em divisas de 70 bilhões de dólares norte americanos, praticamente um terço das nossas exportações atuais.

Em poucos anos teríamos todas as condições para termos um verdadeiro crescimento sustentado, que não temos tido. Nada cria mais empregos do que o setor de serviços. E o turismo é um dos maiores criadores de emprego, que é o que precisamos.

O que falta para isso? No nosso entender apenas uma visão prática, de futuro e, em especial vontade política.

Revista Virtual Sem Fronteiras

Jornal Diário do Comércio Digital

Revista Mundo (Turismo de entrada – Melhor saída do  Brasil)

Author: Samir Keedi

-Mestre (Stricto Sensu) e pós-graduado (Lato Sensu) em Administração pela UNIP-Universidade Paulista. -Bacharel em Economia pela PUC-Pontifícia Universidade Católica. -Profissional de comércio exterior desde março de 1972. -Especialista em transportes; logística; seguros; Incoterms®; carta de crédito e suas regras; documentos no comércio exterior; contratos internacionais de compra e venda. -Generalista em várias atividades em comércio exterior. -Consultor em diversos assuntos relativos ao comércio exterior. -Professor universitário de graduação e pós graduação desde 1996. -Professor e instrutor técnico desde 1996. -Palestrante em assuntos de comércio exterior e economia. -Colunista em jornais e revistas especializadas. -Autor de vários livros em comércio exterior. -Tradutor oficial para o Brasil do Incoterms 2000. -Representante do Brasil na CCI-RJ e Paris na revisão do Incoterms® 2010.

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