Plástico: agora o canudinho

 

Em 13/03/2012 publicamos, neste mesmo jornal, nosso artigo “Sacolinha e fraude”. Logo após a polêmica da sacolinha nos supermercados da cidade de São Paulo.

Estamos de volta ao plástico na cidade. Que está sendo espalhado pelo país. E, como sempre por aqui, da maneira mais errada possível.

Agora é a vez do pobre canudinho de plástico. Que junto com a sacolinha é considerado o grande vilão da destruição do planeta e da má qualidade de vida.

Eita Brasil, até quando vai essa hipocrisia?

Se a esta altura alguém já está pensando que somos a favor da sua manutenção e da destruição do planeta, pode “tirar o jegue do sereno”. Também queremos um planeta limpo e saudável.

Então qual o problema com a sacolinha e o canudo? Nenhum. O problema é com o restante do plástico. Aqueles que ninguém ousa mexer. Em que a coragem está dormindo debaixo da cama. É a “Santa Cretinice da Mentira Oculta”, da famosa “Igreja da Vantagem”.

Contra a garrafa de tereftalato de polietileno (PET), com consumo extraordinário, não se fala ou faz absolutamente nada. Ninguém esbraveja. Talvez porque o povo seja a parte fraca, e as grandes companhias de refrigerantes e os governos das várias esferas a parte forte. É apenas conjectura, não estamos pensando nada (sic).

A sacolinha provocou uma drástica redução instantânea de custos dos supermercados. Aumentando ainda mais seus lucros. Sem contar que passaram a vender sacolinhas, aumentando os lucros. Bem Brasil, não é?

E ainda obrigam o consumidor a comprar sacos para colocar o seu lixo. Do que? Plástico, claro. E os sacos de lixo irão para o aterro sanitário, exatamente como as sacolinhas. E com o mesmo estrago, ou maior, considerando a sua espessura. E, claro, valorizando mais o aterro, já que custam mais (sic).

E, como dissemos, as garrafas PET continuam ai, pelo menos até ontem (sic), reinando de forma absoluta. E também as demais mercadorias vendidas a nós diariamente, que estão em plásticos. Por exemplo, os salgadinhos em geral, estão embalados em plástico.

Se não nos enganamos muito, os detergentes também têm embalagens plásticas. E muitos outros produtos de limpeza, como o álcool, limpa-vidros, lustra-móveis, etc. etc. O papel higiênico vem embalado em plástico. O nosso jornal é entregue em casa em um saco plástico, embora a assinatura de jornal não seja a maioria. Mas usa plástico. Serve para o jornal não se espalhar, não molhar na chuva – embora molhe com o “cuidado” que certos entregadores têm (sic).

Há uma infinidade de mercadorias cuja embalagem é plástica, e ainda não vimos ninguém vociferar contra elas. Nem criar leis para eliminá-las. Pior é o desrespeito à nossa inteligência. Todos começaram a achar que o consumidor é débil mental. Devemos ser mesmos, para aceitarmos tudo isso.

Está claro a todos que a questão não é ecológica. É puramente financeira. Não se está pensando no meio ambiente, no futuro do planeta, como já mostramos. Todos estão pensando em seus próprios bolsos. Que é tudo que se faz no nosso Brasil. Inclusive, claro, e certamente, esta volúpia sobre a destruição do planeta talvez não passe de terrorismo.

Temos visto muita bobagem ser dita sobre isso. A solução não será a educação? A punição a quem poluir?

Jornal DCI de 31/07/2019

Author: Samir Keedi

-Mestre (Stricto Sensu) e pós-graduado (Lato Sensu) em Administração pela UNIP-Universidade Paulista. -Bacharel em Economia pela PUC-Pontifícia Universidade Católica. -Profissional de comércio exterior desde março de 1972. -Especialista em transportes; logística; seguros; Incoterms®; carta de crédito e suas regras; documentos no comércio exterior; contratos internacionais de compra e venda. -Generalista em várias atividades em comércio exterior. -Consultor em diversos assuntos relativos ao comércio exterior. -Professor universitário de graduação e pós graduação desde 1996. -Professor e instrutor técnico desde 1996. -Palestrante em assuntos de comércio exterior e economia. -Colunista em jornais e revistas especializadas. -Autor de vários livros em comércio exterior. -Tradutor oficial para o Brasil do Incoterms 2000. -Representante do Brasil na CCI-RJ e Paris na revisão do Incoterms® 2010.

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